Vários veículos de informação hoje à tarde, como a CBN e agora à noite, como o Jornal Nacional, vem noticiando, com base em informações extra oficiais, vindas do Irã, que a Iraniana Sakineh teria sido libertada pelo Governo Iraniano, após estar na prisão há meses acusada de crimes puníveis com a morte por apedrejamento. Punição brutal essa prevista na legislação iraniana e instituída após a vitoriosa revolução islâmica iraniana liderada pelo Aiatolá Khomeini, em 1979
Como todos sabem, esse assunto foi amplamente divulgado nos últimos tempos, ganhando grande destaque. Nos últimos dias, no entanto, o assunto parecia já ter indo para a vala comum do esquecimento, isto é, saído de pauta da mídia. Assim, as notícias que estão sendo divulgadas traz grande alento.
Para não esquecermos logo da ocorrência dessa história, em tendo ela um final feliz, é bom lembrar de tantas outras barbáries contra as mulheres, que ocorrem ao longo do mundo no dia a dia e não são notícia, não ocupam os holofotes da mídia. Como exemplo cito especialmente a África, aonde mais de 28 países praticam as mutilações de mulheres, que vão da excisão parcial do clitóris à infibulação (sutura dos órgãos genitais). Há ainda um cem número de práticas mais que condenáveis contra as mulheres em países asiáticos como o Afeganistão e, mesmo aqui na terra brasilis, aonde há uma legislação bem definida, mas ainda muita branda (lei Maria da Penha) em punir com a merecida severidade o homem agressor; as agressões e mortes continuam.
Na Sociedade do século XXI, mesmo considerando-se as tradições religiosas e as peculiaridades de cada sociedade em punir com o rigor da lei aqueles considerados transgressores de seus códigos legais, não dá para admitir barbaridades que extirpam a vida de outrem de forma violenta e desumana. Esperamos que aquela que antecedeu Sakineh, condenada ao mesmo castigo, e que não ganhou a notoriedade do caso Sakineh, tenha sido a última vítima a ser barbarizada.
Para terminar, temos que nos perguntar se no civilizado ocidente, que fez tantas críticas ao Irã em função do caso Sakineh, se a coisa é diferente. Se não soa a mais profunda hipocrisia críticas de determinados países, como os Estados Unidos, no qual, no momento, há vários condenados no corredor da morte, nas prisões de alguns estados americanos. Acho que, no fundo, tudo se resume, em nome do Estado, a extirpar de forma legal a vida. Trata-se da mesma faca, mas com dois gumes.
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