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terça-feira, 31 de maio de 2011

A Conjugação do Verbo Furtar


Figura - Padre Antonio Vieira
Este post trata de um tema tão comum, que de tão comum, já se tornou banal. Esse post trata de uma quase instituição. Trata da corrupção que assola a nossa e a todas as demais sociedades, seja em maior ou menor grau, e que é fruto da ambição do homem e do pouco – ou nenhum valor – dado para a coisa pública.

Para começar esse assunto, nada mais apropriado do que o texto a seguir, que foi escrito em 1655 e continua tão atual como naquela época. A conjugação do verbo furtar...Do verbo se apropriar do que não é seu. Do que não é fruto do seu trabalho. Da rapina pública.

"... Conjugam por todos os modos o verbo rapio; porque furtam por todos os modos da arte, não falando em outros novos e esquisitos, que não conheceu Donato nem Despautério. Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e misto império, todo ele aplicam despoticamente às execuções na rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quando lhes mandam; e para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem; e gabando as cousas desejadas aos donos delas, por cortesia sem vontade as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito; e basta só que ajuntem a sua graça, para serem, quando menos, meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto nem cerimónia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas; porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados e as terceiras, quantas para isso têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque do presente (que é o seu tempo) colhem quanto dá de si o triénio; e para incluírem no presente o pretérito e o futuro do pretérito desenterram crimes de que vendem os perdões, e dívidas esquecidas de que se pagam inteiramente; e do futuro empenham as rendas e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos. Finalmente, nos mesmos tempos que lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz activa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas...”

Parte do Sermão do Bom Ladrão VIII, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), no ano de 1655.
Sermão do bom ladrão - Padre António Vieira

E tendo como ponto de convergência o Maranhão (Brasil), o  Padre Vieira mencionou em 1662 as possíveis causas do empobrecimento moral daquela parte dos domínios, então portugueses, ao discorrer sobre as seguintes faces: a desonestidade, as injustiças e tiranias, os desregramentos e os abusos do poder constituído:

São os interesses dos que governam, porque as rendas dos dízimos de Vossa Majestade em todo aquele Estado, chegam a montar seis até oito mil cruzados, os três dos quais toma o Governador inteiramente e no melhor parado, e na mesma forma se pagam de seus ordenados os procuradores e os oficiais da fazenda, com que vem a ficar muito pouco para as despesas ordinárias das igrejas, vigários, oficiais de milícia e soldados, aos quais se não paga nem a quarta parte do que lhes pertence, com que é força que busquem outros modos de viver e se sustentar, que muitas vezes são violentos, e todos vêm a cair às costas do povo.

Assim também levam consigo os ditos governadores muitos criados, que provêm nos melhores ofícios, e eles com confiança no poder de seu amo ou servem com insolência, dominando não só as pessoas, mas as fazendas, de que se recolhem a Portugal ricos e os povos ficam despojados.

Assim mesmo vendem os provimentos das companhias e não uma senão muitas vezes com que não só tiram aquele prêmio militar aos soldados velhos e beneméritos, mas está com isto todo o Estado cheio de títulos, de capitães e de sargentos-mores, que, para sustentar a vaidade do nome, é força que também busquem com opressão alheia, o que por outra via não podem alcançar. O mandar alistar a uns por soldados e riscar praças a outros também é modo de adquirir mui usados dos que governam, com tanta opressão dos que cativam, como dispêndio dos que se resgatam.

Sobre o Sermão do Bom Ladrão, no final desse post pode ser vista uma bela encenação do ator Adilson Azevedo, que interpretou o Padre Antonio Vieira durante a Semana Santa 2009 da paróquia São Luis Gonzaga( video dirigido por Vera Amatti).

Voltando ao assunto, a verdade é que a corrupção campeia por todos os lados desde tempos imemoriais. O fim da corrupção. A conjugação do verbo furtar não tem fim... ou será que tem? Mesmo vindo de tempos tão distantes quanto até bem antes que 1655, há de se combater a corrupção e o furto públicos. A questão é de que forma a Sociedade pode contribuir para isso. Fazer com que isso aconteça. E a sociedade só vai realmente tomar esse problema para si quando o cidadão de fato exercer a cidadania. Entender que ele não é somente responsável por si próprio e pelos seus. Mas que a sua responsabilidade vai além desses limites. A ele, como ser social, cabe uma parcela de responsabilidade pelos problemas que afligem a toda a Sociedade. A conjugação do verbo furtar também é responsabilidade dele. É um dos males sociais que se alimenta do silêncio, da pactuação, do calar do cidadão. E isso tem que mudar. E para que isso aconteça, a sociedade deve se organizar cada vez mais. A organização é a base de tudo. A organização da sociedade é sinônimo de união de forças. E a união de forças é uma arma formidável. Exemplo do que falamos foi a mobilização e proposição popular pela Lei da Ficha Limpa. Foi o povo mandando um recado direto para a classe política de que não vai mais tolerar que a corrupção campeie impunemente. Que esse Brasil está mudando. E nesse embate há um aliado igualmente formidável ao lado do povo organizado. Esse aliado é a imprensa imparcial e livre. Essa imprensa dá visibilidade a essas ações positivas da Sociedade. Age como caixa de ressonância e favorece a mobilização e o levantar de bandeiras que interessam ao cidadão. A imprensa imparcial e livre traz à público, denuncia os desmandos dos corruptos, e a pressão da sociedade induz a que os instrumentos anti corrupção do Estado cada vez mais atuem em resposta à pressão popular. Esse processo traz em si uma sinergia positiva. É auto alimentado. Esse é um tempo de mudanças e o Padre Antônio Vieira se fosse vivo, cá estivesse conosco, certamente celebraria esses novos tempos.

Para terminar, o ranking das nações com maior ou menor índice de corrupção segundo a ONG Transparência Internacional é mostrado a seguir (2009). O Brasil ocupa a 75aposição, o que nada nos orgulha. Em 2004 ocupávamos a 59a posição (índice de 3,9 pontos), em 2009 a 75a posição (índice de 3,7 pontos), conforme mostrado, e em 2010 estávamos na 69a posição (índice de 3,7 pontos), o que mostra que estamos “andando de lado”, considerando-se os dados apresentados, e que há muito a ser feito para nos aproximarmos de países como a Dinamarca ou a Nova Zelândia, com baixíssimos índices de corrupção, lembrando que quanto o menor índice, maior é a corrupção presente no país. Os destaques em vermelho da tabela servem para compararmos o índice de corrupção atribuído ao Brasil, relativamente aos dos nossos vizinhos da América do Sul e dos países que alcançaram a riqueza para seus povos. Reparem que há uma relação direta. Quanto maior a riqueza e educação de uma sociedade, tanto menor é o índice de corrupção. E quanto maior a miséria de uma nação, tanto maior é o índice de corrupção. Ou seja, furta-se dos que menos tem. É uma tragédia ler esse números que, em si, embutem uma imensa desumanidade.

Ranking Mundial da Corrupção (2009).
ONG Transparência Internacional ( O índice vai de 0 a 10)
País

País

1 Nova Zelândia (9,4)
2 Dinamarca (9,3)

3 Cingapura (9,2)
3 Suécia (9,2)
5 Suíça (9,0)
6 Finlândia (8,9)
6 Holanda (8,9)
8 Austrália (8,7)
8 Canadá (8,7)
8 Islândia (8,7)
11 Noruega (8,6)
12 Hong Kong (8,2)
12 Luxemburgo (8,2)
14 Alemanha (8,0)
14 Irlanda (8,0)
16 Áustria (7,9)
17 Japão (7,7)
17 Reino Unido (7,7)
19 Estados Unidos (7,5)
20 Barbados (7,4)
21 Bélgica (7,1)
22 Qatar (7,0)
22 Santa Lúcia (7,0)
24 França (6,9)
25 Chile (6,7)
25 Uruguai (6,7)
27 Chipre (6,6)
27 Estônia (6,6)
27 Eslovênia (6,6)
30 Emirados Árabes Unidos (6,5)
31 São Vicente e Granadinas (6,4)
32 Israel (6,1)
32 Espanha (6,1)

34 Dominica (5,9)
35 Portugal (5,8)
35 Porto Rico (5,8)
37 Botsuana (5,6)
37 Taiwan (5,6)
39 Brunei (5,5)
39 Omã (5,5)
39 Coreia do Sul (5,5)
42 Maurício (5,4)
43 Costa Rica (5,3)
43 Macau (5,3)
45 Malta (5,2)
46 Bahrein (5,1)
46 Cabo Verde (5,1)
46 Hungria (5,1)
49 Butão (5,0)
49 Jordânia (5,0)
49 Polônia (5,0)
52 República Tcheca (4,9)
52 Lituânia (4,9)
54 Seychelles (4,8)
55 África do Sul (4,7)
56 Letônia (4,5)
56 Malásia (4,5)
56 Namíbia (4,5)
56 Samoa (4,5)
56 Eslováquia (4,5)
61 Cuba (4,4)
61 Turquia (4,4)
63 Itália (4,3)
63 Arábia Saudita (4,3)
65 Tunísia (4,2)
66 Croácia (4,1)
66 Geórgia (4,1)
66 Kuait (4,1)
69 Gana (3,9)
69 Montenegro (3,9)
71 Bulgária (3,8)
71 Macedônia (3,8)
71 Grécia (3,8)
71 Romênia (3,8)
75 Brasil (3,7)
75 Colômbia (3,7)
75 Peru (3,7)
75 Suriname (3,7)
79 Burkina Fasso (3,6)
79 China (3,6)
79 Suazilândia (3,6)
79 Trinidad e Tobago (3,6)
83 Sérvia (3,5)
84 El Salvador (3,4)
84 Guatemala (3,4)
84 Índia (3,4)
84 Panamá (3,4)
84 Tailândia (3,4)
89 Lesoto (3,3)
89 Maláui (3,3)
89 México (3,3)
89 Moldova (3,3)
89 Marrocos (3,3)
89 Ruanda (3,3)
95 Albânia (3,2)
95 Vanuatu (3,2)
97 Libéria (3,1)
97 Sri Lanka (3,1)
99 Bósnia-Herzegóvina (3,0)
99 República Dominicana (3,0)
99 Jamaica (3,0)
99 Madagáscar (3,0)
99 Senegal (3,0)
99 Tonga (3,0)
99 Zâmbia (3,0)
106 Argentina (2,9)
106 Benin (2,9)
106 Gabão (2,9)
106 Gâmbia (2,9)
106 Níger (2,9)
111 Argélia (2,8)
111 Djibuti (2,8)
111 Egito (2,8)
111 Indonésia (2,8)
111 Kiribati (2,8)
111 Mali (2,8)
111 São Tomé e Príncipe (2,8)
111 Ilhas Salomão (2,8)
111 Togo (2,8)
120 Armênia (2,7)
120 Bolívia (2,7)
120 Etiópia (2,7)
120 Cazaquistão (2,7)
120 Mongólia (2,7)
120 Vietnã (2,7)
126 Eritréia (2,6)
126 Guiana (2,6)
126 Síria (2,6)
126 Tanzânia (2,6)
130 Honduras (2,5)
130 Líbano (2,5)
130 Líbia (2,5)
130 Maldivas (2,5)

130 Mauritânia (2,5)
130 Moçambique (2,5)
130 Nicarágua (2,5)
130 Nigéria (2,5)
130 Uganda (2,5)
139 Bangladesh (2,4)
139 Belarus (2,4)
139 Paquistão (2,4)
139 Filipinas (2,4)
143 Azerbaijão (2,3)
143 Comores (2,3)
143 Nepal (2,3)
146 Camarões (2,2)
146 Equador (2,2)
146 Quênia (2,2)
146 Rússia (2,2)
146 Serra Leoa (2,2)
146 Timor Leste (2,2)
146 Ucrânia (2,2)
146 Zimbábue (2,2)
154 Costa do Marfim (2,1)
154 Papua-Nova Guiné (2,1)
154 Paraguai (2,1)
154 Iêmen (2,1)
158 Camboja (2,0)
158 República Centro-Africana (2,0)
158 Laos (2,0)
158 Tadjiquistão (2,0)
162 Angola (1,9)
162 Congo (Brazzaville) (1,9)
162 República Democrática do Congo (1,9)
162 Guiné-Bissau (1,9)
162 Quirguistão (1,9)
162 Venezuela (1,9)
168 Burundi (1,8)
168 Guiné Equatorial (1,8)
168 Guiné (1,8)
168 Haiti (1,8)
168 Irã (1,8)
168 Turcomenistão (1,8)
174 Uzbequistão (1,7)
175 Chade (1,6)
176 Iraque (1,5)
176 Sudão (1,5)
178 Mianmar 1,4
179 Afeganistão (1,3)
180 Somália (1,1)

Para os leitores desse post deixo uma provocação. O que podemos fazer para combater a corrupção? Em que estamos contribuindo para que a corrupção não tenha fim? Lembre que não há pequena ou grande corrupção. Corrupção é só corrupção.




Referência da figura: 


A Conjugação do Verbo Furtar


Figura - Padre Antonio Vieira
Este post trata de um tema tão comum, que de tão comum, já se tornou banal. Esse post trata de uma quase instituição. Trata da corrupção que assola a nossa e a todas as demais sociedades, seja em maior ou menor grau, e que é fruto da ambição do homem e do pouco – ou nenhum valor – dado para a coisa pública.

Para começar esse assunto, nada mais apropriado do que o texto a seguir, que foi escrito em 1655 e continua tão atual como naquela época. A conjugação do verbo furtar...Do verbo se apropriar do que não é seu. Do que não é fruto do seu trabalho. Da rapina pública.

"... Conjugam por todos os modos o verbo rapio; porque furtam por todos os modos da arte, não falando em outros novos e esquisitos, que não conheceu Donato nem Despautério. Tanto que lá chegam, começam a furtar pelo modo indicativo, porque a primeira informação que pedem aos práticos é que lhes apontem e mostrem os caminhos por onde podem abarcar tudo. Furtam pelo modo imperativo, porque, como têm o mero e misto império, todo ele aplicam despoticamente às execuções na rapina. Furtam pelo modo mandativo, porque aceitam quando lhes mandam; e para que mandem todos, os que não mandam não são aceitos. Furtam pelo modo optativo, porque desejam quanto lhes parece bem; e gabando as cousas desejadas aos donos delas, por cortesia sem vontade as fazem suas. Furtam pelo modo conjuntivo, porque ajuntam o seu pouco cabedal com o daqueles que manejam muito; e basta só que ajuntem a sua graça, para serem, quando menos, meeiros na ganância. Furtam pelo modo potencial, porque, sem pretexto nem cerimónia, usam de potência. Furtam pelo modo permissivo, porque permitem que outros furtem e estes compram as permissões. Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os furtos. Estes mesmos modos conjugam por todas as pessoas; porque a primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados e as terceiras, quantas para isso têm indústria e consciência. Furtam juntamente por todos os tempos, porque do presente (que é o seu tempo) colhem quanto dá de si o triénio; e para incluírem no presente o pretérito e o futuro do pretérito desenterram crimes de que vendem os perdões, e dívidas esquecidas de que se pagam inteiramente; e do futuro empenham as rendas e antecipam os contratos, com que tudo o caído e não caído lhes vem a cair nas mãos. Finalmente, nos mesmos tempos que lhes escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais, se mais houvesse. Em suma que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a ser o supino do mesmo verbo: a furtar para furtar. E quando eles têm conjugado assim toda a voz activa, e as miseráveis províncias suportado toda a passiva, eles, como se tiveram feito grandes serviços, tornam carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas...”

Parte do Sermão do Bom Ladrão VIII, pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha), no ano de 1655.
Sermão do bom ladrão - Padre António Vieira

E tendo como ponto de convergência o Maranhão (Brasil), o  Padre Vieira mencionou em 1662 as possíveis causas do empobrecimento moral daquela parte dos domínios, então portugueses, ao discorrer sobre as seguintes faces: a desonestidade, as injustiças e tiranias, os desregramentos e os abusos do poder constituído:

São os interesses dos que governam, porque as rendas dos dízimos de Vossa Majestade em todo aquele Estado, chegam a montar seis até oito mil cruzados, os três dos quais toma o Governador inteiramente e no melhor parado, e na mesma forma se pagam de seus ordenados os procuradores e os oficiais da fazenda, com que vem a ficar muito pouco para as despesas ordinárias das igrejas, vigários, oficiais de milícia e soldados, aos quais se não paga nem a quarta parte do que lhes pertence, com que é força que busquem outros modos de viver e se sustentar, que muitas vezes são violentos, e todos vêm a cair às costas do povo.

Assim também levam consigo os ditos governadores muitos criados, que provêm nos melhores ofícios, e eles com confiança no poder de seu amo ou servem com insolência, dominando não só as pessoas, mas as fazendas, de que se recolhem a Portugal ricos e os povos ficam despojados.

Assim mesmo vendem os provimentos das companhias e não uma senão muitas vezes com que não só tiram aquele prêmio militar aos soldados velhos e beneméritos, mas está com isto todo o Estado cheio de títulos, de capitães e de sargentos-mores, que, para sustentar a vaidade do nome, é força que também busquem com opressão alheia, o que por outra via não podem alcançar. O mandar alistar a uns por soldados e riscar praças a outros também é modo de adquirir mui usados dos que governam, com tanta opressão dos que cativam, como dispêndio dos que se resgatam.

Sobre o Sermão do Bom Ladrão, no final desse post pode ser vista uma bela encenação do ator Adilson Azevedo, que interpretou o Padre Antonio Vieira durante a Semana Santa 2009 da paróquia São Luis Gonzaga( video dirigido por Vera Amatti).

Voltando ao assunto, a verdade é que a corrupção campeia por todos os lados desde tempos imemoriais. O fim da corrupção. A conjugação do verbo furtar não tem fim... ou será que tem? Mesmo vindo de tempos tão distantes quanto até bem antes que 1655, há de se combater a corrupção e o furto públicos. A questão é de que forma a Sociedade pode contribuir para isso. Fazer com que isso aconteça. E a sociedade só vai realmente tomar esse problema para si quando o cidadão de fato exercer a cidadania. Entender que ele não é somente responsável por si próprio e pelos seus. Mas que a sua responsabilidade vai além desses limites. A ele, como ser social, cabe uma parcela de responsabilidade pelos problemas que afligem a toda a Sociedade. A conjugação do verbo furtar também é responsabilidade dele. É um dos males sociais que se alimenta do silêncio, da pactuação, do calar do cidadão. E isso tem que mudar. E para que isso aconteça, a sociedade deve se organizar cada vez mais. A organização é a base de tudo. A organização da sociedade é sinônimo de união de forças. E a união de forças é uma arma formidável. Exemplo do que falamos foi a mobilização e proposição popular pela Lei da Ficha Limpa. Foi o povo mandando um recado direto para a classe política de que não vai mais tolerar que a corrupção campeie impunemente. Que esse Brasil está mudando. E nesse embate há um aliado igualmente formidável ao lado do povo organizado. Esse aliado é a imprensa imparcial e livre. Essa imprensa dá visibilidade a essas ações positivas da Sociedade. Age como caixa de ressonância e favorece a mobilização e o levantar de bandeiras que interessam ao cidadão. A imprensa imparcial e livre traz à público, denuncia os desmandos dos corruptos, e a pressão da sociedade induz a que os instrumentos anti corrupção do Estado cada vez mais atuem em resposta à pressão popular. Esse processo traz em si uma sinergia positiva. É auto alimentado. Esse é um tempo de mudanças e o Padre Antônio Vieira se fosse vivo, cá estivesse conosco, certamente celebraria esses novos tempos.

Para terminar, o ranking das nações com maior ou menor índice de corrupção segundo a ONG Transparência Internacional é mostrado a seguir (2009). O Brasil ocupa a 75aposição, o que nada nos orgulha. Em 2004 ocupávamos a 59a posição (índice de 3,9 pontos), em 2009 a 75a posição (índice de 3,7 pontos), conforme mostrado, e em 2010 estávamos na 69a posição (índice de 3,7 pontos), o que mostra que estamos “andando de lado”, considerando-se os dados apresentados, e que há muito a ser feito para nos aproximarmos de países como a Dinamarca ou a Nova Zelândia, com baixíssimos índices de corrupção, lembrando que quanto o menor índice, maior é a corrupção presente no país. Os destaques em vermelho da tabela servem para compararmos o índice de corrupção atribuído ao Brasil, relativamente aos dos nossos vizinhos da América do Sul e dos países que alcançaram a riqueza para seus povos. Reparem que há uma relação direta. Quanto maior a riqueza e educação de uma sociedade, tanto menor é o índice de corrupção. E quanto maior a miséria de uma nação, tanto maior é o índice de corrupção. Ou seja, furta-se dos que menos tem. É uma tragédia ler esse números que, em si, embutem uma imensa desumanidade.

Ranking Mundial da Corrupção (2009).
ONG Transparência Internacional ( O índice vai de 0 a 10)
País

País

1 Nova Zelândia (9,4)
2 Dinamarca (9,3)

3 Cingapura (9,2)
3 Suécia (9,2)
5 Suíça (9,0)
6 Finlândia (8,9)
6 Holanda (8,9)
8 Austrália (8,7)
8 Canadá (8,7)
8 Islândia (8,7)
11 Noruega (8,6)
12 Hong Kong (8,2)
12 Luxemburgo (8,2)
14 Alemanha (8,0)
14 Irlanda (8,0)
16 Áustria (7,9)
17 Japão (7,7)
17 Reino Unido (7,7)
19 Estados Unidos (7,5)
20 Barbados (7,4)
21 Bélgica (7,1)
22 Qatar (7,0)
22 Santa Lúcia (7,0)
24 França (6,9)
25 Chile (6,7)
25 Uruguai (6,7)
27 Chipre (6,6)
27 Estônia (6,6)
27 Eslovênia (6,6)
30 Emirados Árabes Unidos (6,5)
31 São Vicente e Granadinas (6,4)
32 Israel (6,1)
32 Espanha (6,1)

34 Dominica (5,9)
35 Portugal (5,8)
35 Porto Rico (5,8)
37 Botsuana (5,6)
37 Taiwan (5,6)
39 Brunei (5,5)
39 Omã (5,5)
39 Coreia do Sul (5,5)
42 Maurício (5,4)
43 Costa Rica (5,3)
43 Macau (5,3)
45 Malta (5,2)
46 Bahrein (5,1)
46 Cabo Verde (5,1)
46 Hungria (5,1)
49 Butão (5,0)
49 Jordânia (5,0)
49 Polônia (5,0)
52 República Tcheca (4,9)
52 Lituânia (4,9)
54 Seychelles (4,8)
55 África do Sul (4,7)
56 Letônia (4,5)
56 Malásia (4,5)
56 Namíbia (4,5)
56 Samoa (4,5)
56 Eslováquia (4,5)
61 Cuba (4,4)
61 Turquia (4,4)
63 Itália (4,3)
63 Arábia Saudita (4,3)
65 Tunísia (4,2)
66 Croácia (4,1)
66 Geórgia (4,1)
66 Kuait (4,1)
69 Gana (3,9)
69 Montenegro (3,9)
71 Bulgária (3,8)
71 Macedônia (3,8)
71 Grécia (3,8)
71 Romênia (3,8)
75 Brasil (3,7)
75 Colômbia (3,7)
75 Peru (3,7)
75 Suriname (3,7)
79 Burkina Fasso (3,6)
79 China (3,6)
79 Suazilândia (3,6)
79 Trinidad e Tobago (3,6)
83 Sérvia (3,5)
84 El Salvador (3,4)
84 Guatemala (3,4)
84 Índia (3,4)
84 Panamá (3,4)
84 Tailândia (3,4)
89 Lesoto (3,3)
89 Maláui (3,3)
89 México (3,3)
89 Moldova (3,3)
89 Marrocos (3,3)
89 Ruanda (3,3)
95 Albânia (3,2)
95 Vanuatu (3,2)
97 Libéria (3,1)
97 Sri Lanka (3,1)
99 Bósnia-Herzegóvina (3,0)
99 República Dominicana (3,0)
99 Jamaica (3,0)
99 Madagáscar (3,0)
99 Senegal (3,0)
99 Tonga (3,0)
99 Zâmbia (3,0)
106 Argentina (2,9)
106 Benin (2,9)
106 Gabão (2,9)
106 Gâmbia (2,9)
106 Níger (2,9)
111 Argélia (2,8)
111 Djibuti (2,8)
111 Egito (2,8)
111 Indonésia (2,8)
111 Kiribati (2,8)
111 Mali (2,8)
111 São Tomé e Príncipe (2,8)
111 Ilhas Salomão (2,8)
111 Togo (2,8)
120 Armênia (2,7)
120 Bolívia (2,7)
120 Etiópia (2,7)
120 Cazaquistão (2,7)
120 Mongólia (2,7)
120 Vietnã (2,7)
126 Eritréia (2,6)
126 Guiana (2,6)
126 Síria (2,6)
126 Tanzânia (2,6)
130 Honduras (2,5)
130 Líbano (2,5)
130 Líbia (2,5)
130 Maldivas (2,5)

130 Mauritânia (2,5)
130 Moçambique (2,5)
130 Nicarágua (2,5)
130 Nigéria (2,5)
130 Uganda (2,5)
139 Bangladesh (2,4)
139 Belarus (2,4)
139 Paquistão (2,4)
139 Filipinas (2,4)
143 Azerbaijão (2,3)
143 Comores (2,3)
143 Nepal (2,3)
146 Camarões (2,2)
146 Equador (2,2)
146 Quênia (2,2)
146 Rússia (2,2)
146 Serra Leoa (2,2)
146 Timor Leste (2,2)
146 Ucrânia (2,2)
146 Zimbábue (2,2)
154 Costa do Marfim (2,1)
154 Papua-Nova Guiné (2,1)
154 Paraguai (2,1)
154 Iêmen (2,1)
158 Camboja (2,0)
158 República Centro-Africana (2,0)
158 Laos (2,0)
158 Tadjiquistão (2,0)
162 Angola (1,9)
162 Congo (Brazzaville) (1,9)
162 República Democrática do Congo (1,9)
162 Guiné-Bissau (1,9)
162 Quirguistão (1,9)
162 Venezuela (1,9)
168 Burundi (1,8)
168 Guiné Equatorial (1,8)
168 Guiné (1,8)
168 Haiti (1,8)
168 Irã (1,8)
168 Turcomenistão (1,8)
174 Uzbequistão (1,7)
175 Chade (1,6)
176 Iraque (1,5)
176 Sudão (1,5)
178 Mianmar 1,4
179 Afeganistão (1,3)
180 Somália (1,1)

Para os leitores desse post deixo uma provocação. O que podemos fazer para combater a corrupção? Em que estamos contribuindo para que a corrupção não tenha fim? Lembre que não há pequena ou grande corrupção. Corrupção é só corrupção.




Referência da figura: 


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma Outra Verdade Inconveniente...Relato de uma Professora sobre a Educação. Vejam o Vídeo

Antes de entrar propriamente no assunto desse post, gostaria de lembrar as palavras do professor Weber Figueiredo quando falou sobre a reconstrução do Brasil. “O Japão é pobre em recursos naturais, mas é um país rico. O Brasil é rico em energia e recursos naturais, mas é um país pobre. Os países ricos, são ricos materialmente porque eles produzem riquezas. Riqueza vem de rico. Pobreza vem de pobre. País pobre é aquele que não consegue produzir riquezas para o seu povo. Se conseguisse, não seria pobre, seria país rico.”

Para caminharmos em direção à riqueza temos que investir fortemente em P&D&I nos setores chave da moderna economia mundial, andando passo a passo com os frutos de uma necessária e urgente refundação do conceito de educação do País, como fizeram países que antes eram pobres, como a Coréia do Sul. O povo sul coreano hoje caminha a passos largos na direção da riqueza. A renda per capita da Coréia do Sul hoje é de US$ 19 mil. Há meio século, a renda per capita sul coreana era de US$ 80.00. Como comparação, a vizinha Coréia do Norte, um dos regimes mais fechados do mundo, mas com as mesmas raízes históricas e identidade do povo coreano do sul, tem renda per capita (2010) de US$ 1800.00, dez vezes menor que a Coréia do Sul. O Brasil, por sua vez, fruto do desenvolvimento dos últimos anos, deve ter ultrapassado ligeiramente a marca dos US$ 10.000 em renda per capita em 2010. Um grande avanço. No entanto, as projeções dos especialistas apontam que somente em 2020 a renda per capita do Brasil deve atingir o patamar de US$ 22,7mil, similar a da Coréia do Sul hoje. Portanto, há necessidade de se rever o modelo de desenvolvimento de forma a se acelerar o processo de acumulação de renda, fruto do desenvolvimento sustentável, a taxas mais elevadas ao longo do tempo. Então, em resumo, temos que investir maçicamente em P&D&I e em educação de qualidade.

Há poucos dias, vimos uma polêmica em torno da adoção do livro didático adotado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) “Por uma Vida Melhor”. O livro mal começou a ser distribuído nas redes públicas escolares do Brasil e já está dando o que falar, por defender o conceito de que não mais existe o certo ou errado e sim o adequado e inadequado na Língua Portuguesa.


“É importante saber o seguinte: as duas variantes [norma culta e popular] são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”

“'Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado'. Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro?’.’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”

“Na variedade popular, contudo, é comum a concordância funcionar de outra forma. Há ocorrências como:

Nós pega o peixe.
nós - 1ª pessoa, plural
pega - 3ª pessoa, singular

Os menino pega o peixe.
menino - 3ª pessoa, idéia de plural (por causa do “os”)
pega - 3ª pessoa, singular

Nos dois exemplos, apesar de o verbo estar no singular, quem ouve a frase sabe que há mais de uma pessoa envolvida na ação de pegar o peixe. Mais uma vez, é importante que o falante de português domine as duas variedades e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala.”

Pessoalmente, achamos que não se deve deixar dúvidas quanto a forma correta de falar a língua. É importante esclarecer ao público, a que se destina o livro, tanto a forma culta quanto a forma popular de se falar. No entanto, não concordamos que o livro induza o leitor a escolher ou não a “forma correta”, isto é, a forma culta ao falar. Achamos que o livro peca nesse ponto, embora reconheçamos que a língua falada tem todo um dinanismo que lhe é peculiar. O que é considerado errado ao se falar hoje poderá ser considerado certo amanhã. Mas o livro trata do presente...

Mas a pergunta é por que de tanto alarde em cima dessa discussão, quando a educação no país precisa tanto ser melhorada? Essa discussão é a mais importante? Por que não nos debruçamos da mesma forma indignada quanto ao analfabetismo funcional? Quanto às péssimas condições das escolas por todo o país? Quando vemos que educação de qualidade é um privilégio para poucos que podem pagar por ela?

Falando em refundação do conceito de educação, se quisermos atingir o status de “País Rico” para todos os brasileiros, que insira verdadeiramente as “massas” ao processo de construção da nação, temos que repensar não somente como estamos educando os nossos jovens, mas também como estamos tratando os professores, os educadores desse País, pois eles compõem o principal pilar desse processo. O mestre. O professor. Aquele que forja, que educa os brasileiros. Esses homens e mulheres, nas cidades e nos mais distantes rincões desse País, e que verdadeiramente exercem um quase sacerdócio. Doam tudo de si. A eles não se deve nada menos do que condições adequadas de trabalho, De salários que lhes permita viver em família uma vida digna, progredir. Que lhes permita ter orgulho da profissão que abraçaram. Para exemplificar o que falamos, veja o depoimento da professora Amanda Gurgel. Ela é professora no Rio Grande do Norte e falou em audiência pública sobre a educação no seu estado e por extensão no Brasil.

Dois trechos da fala da professora Amanda Gurgel são transcritos a seguir:

"...A verdade visível a todo o mundo. É o fato de que em nenhum governo, em nenhum momento que nós tivemos no nosso estado (RN), na nossa cidade (Natal), no nosso País, a educação foi uma prioridade..."

"...Parem de associar qualidade em educação com professor em sala de aula. Parem de associar isso daí. Por que não tem como você ter qualidade em educação com professores três horários em sala de aula. Por que é assim que os professores multiplicam os R$ 930,00 - o valor do salário da professora Amanda Gurgel -. R$ 930,00 de manhã, R$ 930,00 à tarde, R$ 930,00 à noite para sobreviver."

Essas palavras são do povo que, da mesma forma que a professora Amanda Gurgel, trabalha para viver e construir esse País. Todos nós temos que parar para ouvir...

Vejam toda a fala da professora Amanda Gurgel no vídeo a seguir. É comovente. Mas acima de tudo um exemplo de cidadania.


Uma Outra Verdade Inconveniente...Relato de uma Professora sobre a Educação. Vejam o Vídeo

Antes de entrar propriamente no assunto desse post, gostaria de lembrar as palavras do professor Weber Figueiredo quando falou sobre a reconstrução do Brasil. “O Japão é pobre em recursos naturais, mas é um país rico. O Brasil é rico em energia e recursos naturais, mas é um país pobre. Os países ricos, são ricos materialmente porque eles produzem riquezas. Riqueza vem de rico. Pobreza vem de pobre. País pobre é aquele que não consegue produzir riquezas para o seu povo. Se conseguisse, não seria pobre, seria país rico.”

Para caminharmos em direção à riqueza temos que investir fortemente em P&D&I nos setores chave da moderna economia mundial, andando passo a passo com os frutos de uma necessária e urgente refundação do conceito de educação do País, como fizeram países que antes eram pobres, como a Coréia do Sul. O povo sul coreano hoje caminha a passos largos na direção da riqueza. A renda per capita da Coréia do Sul hoje é de US$ 19 mil. Há meio século, a renda per capita sul coreana era de US$ 80.00. Como comparação, a vizinha Coréia do Norte, um dos regimes mais fechados do mundo, mas com as mesmas raízes históricas e identidade do povo coreano do sul, tem renda per capita (2010) de US$ 1800.00, dez vezes menor que a Coréia do Sul. O Brasil, por sua vez, fruto do desenvolvimento dos últimos anos, deve ter ultrapassado ligeiramente a marca dos US$ 10.000 em renda per capita em 2010. Um grande avanço. No entanto, as projeções dos especialistas apontam que somente em 2020 a renda per capita do Brasil deve atingir o patamar de US$ 22,7mil, similar a da Coréia do Sul hoje. Portanto, há necessidade de se rever o modelo de desenvolvimento de forma a se acelerar o processo de acumulação de renda, fruto do desenvolvimento sustentável, a taxas mais elevadas ao longo do tempo. Então, em resumo, temos que investir maçicamente em P&D&I e em educação de qualidade.

Há poucos dias, vimos uma polêmica em torno da adoção do livro didático adotado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) “Por uma Vida Melhor”. O livro mal começou a ser distribuído nas redes públicas escolares do Brasil e já está dando o que falar, por defender o conceito de que não mais existe o certo ou errado e sim o adequado e inadequado na Língua Portuguesa.


“É importante saber o seguinte: as duas variantes [norma culta e popular] são eficientes como meios de comunicação. A classe dominante utiliza a norma culta principalmente por ter maior acesso à escolaridade e por seu uso ser um sinal de prestígio. Nesse sentido, é comum que se atribua um preconceito social em relação à variante popular, usada pela maioria dos brasileiros”

“'Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado'. Você pode estar se perguntando: ‘Mas eu posso falar ‘os livro?’.’ Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico. Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padrão de correção de todas as formas linguísticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a variante adequada da língua para cada ocasião”

“Na variedade popular, contudo, é comum a concordância funcionar de outra forma. Há ocorrências como:

Nós pega o peixe.
nós - 1ª pessoa, plural
pega - 3ª pessoa, singular

Os menino pega o peixe.
menino - 3ª pessoa, idéia de plural (por causa do “os”)
pega - 3ª pessoa, singular

Nos dois exemplos, apesar de o verbo estar no singular, quem ouve a frase sabe que há mais de uma pessoa envolvida na ação de pegar o peixe. Mais uma vez, é importante que o falante de português domine as duas variedades e escolha a que julgar adequada à sua situação de fala.”

Pessoalmente, achamos que não se deve deixar dúvidas quanto a forma correta de falar a língua. É importante esclarecer ao público, a que se destina o livro, tanto a forma culta quanto a forma popular de se falar. No entanto, não concordamos que o livro induza o leitor a escolher ou não a “forma correta”, isto é, a forma culta ao falar. Achamos que o livro peca nesse ponto, embora reconheçamos que a língua falada tem todo um dinanismo que lhe é peculiar. O que é considerado errado ao se falar hoje poderá ser considerado certo amanhã. Mas o livro trata do presente...

Mas a pergunta é por que de tanto alarde em cima dessa discussão, quando a educação no país precisa tanto ser melhorada? Essa discussão é a mais importante? Por que não nos debruçamos da mesma forma indignada quanto ao analfabetismo funcional? Quanto às péssimas condições das escolas por todo o país? Quando vemos que educação de qualidade é um privilégio para poucos que podem pagar por ela?

Falando em refundação do conceito de educação, se quisermos atingir o status de “País Rico” para todos os brasileiros, que insira verdadeiramente as “massas” ao processo de construção da nação, temos que repensar não somente como estamos educando os nossos jovens, mas também como estamos tratando os professores, os educadores desse País, pois eles compõem o principal pilar desse processo. O mestre. O professor. Aquele que forja, que educa os brasileiros. Esses homens e mulheres, nas cidades e nos mais distantes rincões desse País, e que verdadeiramente exercem um quase sacerdócio. Doam tudo de si. A eles não se deve nada menos do que condições adequadas de trabalho, De salários que lhes permita viver em família uma vida digna, progredir. Que lhes permita ter orgulho da profissão que abraçaram. Para exemplificar o que falamos, veja o depoimento da professora Amanda Gurgel. Ela é professora no Rio Grande do Norte e falou em audiência pública sobre a educação no seu estado e por extensão no Brasil.

Dois trechos da fala da professora Amanda Gurgel são transcritos a seguir:

"...A verdade visível a todo o mundo. É o fato de que em nenhum governo, em nenhum momento que nós tivemos no nosso estado (RN), na nossa cidade (Natal), no nosso País, a educação foi uma prioridade..."

"...Parem de associar qualidade em educação com professor em sala de aula. Parem de associar isso daí. Por que não tem como você ter qualidade em educação com professores três horários em sala de aula. Por que é assim que os professores multiplicam os R$ 930,00 - o valor do salário da professora Amanda Gurgel -. R$ 930,00 de manhã, R$ 930,00 à tarde, R$ 930,00 à noite para sobreviver."

Essas palavras são do povo que, da mesma forma que a professora Amanda Gurgel, trabalha para viver e construir esse País. Todos nós temos que parar para ouvir...

Vejam toda a fala da professora Amanda Gurgel no vídeo a seguir. É comovente. Mas acima de tudo um exemplo de cidadania.


terça-feira, 17 de maio de 2011

STF Mantém Prisão de Cesari Battisti


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem (16/05) o pedido de soltura apresentado pela defesa do ex-ativista italiano Cesare Battisti na última sexta-feira (13). O relator considerou que não há nenhum "elemento novo" que justifique a medida, como alegou a defesa em relação ao parecer do procurador-geral da República na Reclamação (RLC) 11243, no qual Roberto Gurgel afirma que “não parece ser possível ao STF” decidir se o então presidente da República descumpriu tratado específico firmado entre o Brasil e a Itália ou se praticou algum ilícito internacional ao não extraditar Battisti. Na decisão, o ministro Gilmar Mendes afirma que o pedido é uma reiteração daquele apresentado em janeiro deste ano, e negado pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso.

“A presente reiteração do pedido de relaxamento da prisão está fundada no ‘elemento novo’ que, segundo os patronos do extraditando, é constituído pelo parecer do procurador-geral da República nos autos da RCL 11243. Porém, é evidente que o parecer jurídico emitido pelo procurador-geral da República, de caráter opinativo, não constitui ‘elemento novo’ apto a alterar o estado dos fatos que serviu de base para a referida decisão do presidente desta Corte, ministro Cezar Peluso, não se prestando, em consequência, a juízo de reconsideração do que restou anteriormente decidido. E é óbvio que o Tribunal não se vincula ao parecer do procurador-geral da República”, afirmou o ministro Gilmar Mendes.

O relator da Extradição (Ext 1085) ressaltou ainda que a decisão do Tribunal foi “diametralmente oposta” ao parecer do procurador-geral da República, que opinava pela declaração do prejuízo da extradição com base no ato do ministro da Justiça que concedia o refúgio ao extraditando. “Permanecem, portanto, íntegros os fundamentos da decisão exarada pela Presidência desta Corte negando os pedidos de liberdade formulados pelo extraditando. Ressalte-se, por fim, que, no caso, não há qualquer excesso de prazo imputável ao Tribunal. O processo e os incidentes a ele relacionados têm tramitado de forma regular nesta Corte”, ressaltou Gilmar Mendes.

O italiano Cesare Battisti é um antigo membro do grupo armado  “Proletários Armados pelo Comunismo”, um grupo de extrema esquerda que na década  de 70 se opunha ao Governo Italiano.


A atuação desse grupo radical deixou muitas vítimas na Itália. Dentre elas, quatro homicídios atribuídos à Cesare Battisti pela justiça italiana, que em 1987 o condenou à prisão perpétua, por cometer esse e outros crimes, de forma direta ou indireta.

Foragido de uma prisão italiana em 1981, Battisti viveu na França nas décadas seguintes, vindo a se refugiar no Brasil em 2004, após a justiça francesa ter concordado com o terceiro pedido de extradição sobe ele feito pela Itália.

STF Mantém Prisão de Cesari Battisti


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem (16/05) o pedido de soltura apresentado pela defesa do ex-ativista italiano Cesare Battisti na última sexta-feira (13). O relator considerou que não há nenhum "elemento novo" que justifique a medida, como alegou a defesa em relação ao parecer do procurador-geral da República na Reclamação (RLC) 11243, no qual Roberto Gurgel afirma que “não parece ser possível ao STF” decidir se o então presidente da República descumpriu tratado específico firmado entre o Brasil e a Itália ou se praticou algum ilícito internacional ao não extraditar Battisti. Na decisão, o ministro Gilmar Mendes afirma que o pedido é uma reiteração daquele apresentado em janeiro deste ano, e negado pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso.

“A presente reiteração do pedido de relaxamento da prisão está fundada no ‘elemento novo’ que, segundo os patronos do extraditando, é constituído pelo parecer do procurador-geral da República nos autos da RCL 11243. Porém, é evidente que o parecer jurídico emitido pelo procurador-geral da República, de caráter opinativo, não constitui ‘elemento novo’ apto a alterar o estado dos fatos que serviu de base para a referida decisão do presidente desta Corte, ministro Cezar Peluso, não se prestando, em consequência, a juízo de reconsideração do que restou anteriormente decidido. E é óbvio que o Tribunal não se vincula ao parecer do procurador-geral da República”, afirmou o ministro Gilmar Mendes.

O relator da Extradição (Ext 1085) ressaltou ainda que a decisão do Tribunal foi “diametralmente oposta” ao parecer do procurador-geral da República, que opinava pela declaração do prejuízo da extradição com base no ato do ministro da Justiça que concedia o refúgio ao extraditando. “Permanecem, portanto, íntegros os fundamentos da decisão exarada pela Presidência desta Corte negando os pedidos de liberdade formulados pelo extraditando. Ressalte-se, por fim, que, no caso, não há qualquer excesso de prazo imputável ao Tribunal. O processo e os incidentes a ele relacionados têm tramitado de forma regular nesta Corte”, ressaltou Gilmar Mendes.

O italiano Cesare Battisti é um antigo membro do grupo armado  “Proletários Armados pelo Comunismo”, um grupo de extrema esquerda que na década  de 70 se opunha ao Governo Italiano.


A atuação desse grupo radical deixou muitas vítimas na Itália. Dentre elas, quatro homicídios atribuídos à Cesare Battisti pela justiça italiana, que em 1987 o condenou à prisão perpétua, por cometer esse e outros crimes, de forma direta ou indireta.

Foragido de uma prisão italiana em 1981, Battisti viveu na França nas décadas seguintes, vindo a se refugiar no Brasil em 2004, após a justiça francesa ter concordado com o terceiro pedido de extradição sobe ele feito pela Itália.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Nakba - 60 anos de Conflito Árabe – Israelense. Veja os videos



Os protestos realizados em várias cidades marcam a Nakba, ou a catástrofe, como os palestinos se referem à independência de Israel, em maio de 1948.

Em um discurso transmitido em TV nacional na noite deste domingo, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que esperava que a calma e a tranquilidade fossem retomadas rapidamente. “Mas que ninguém se engane, estamos determinados a defender nossas fronteiras e nossa soberania.”

Abaixo mostramos em dois vídeos a histórica formação do Estado Judeu e a visão palestina / árabe da criação de Israel e as conseqüências, segundo os autores do vídeo, do surgimento de Israel.

A realidade é que tanto palestinos quanto judeus são essencialmente irmãos em suas raízes históricas e deveriam por fim a essa interminável animosidade entre os seus povos, que só trazem dor e sofrimento para todos os envolvidos. É uma pena que assim seja. A paz na terra aos homens de boa vontade parece algo longe de se tornar realidade, passados 60 anos da criação de Israel.

Visão Palestina da criação de Israel



Criação do Estado Judeu : Ben-Gurion declara a Independência de Israel em maio de 1948 


O Nakba - 60 anos de Conflito Árabe – Israelense. Veja os videos



Os protestos realizados em várias cidades marcam a Nakba, ou a catástrofe, como os palestinos se referem à independência de Israel, em maio de 1948.

Em um discurso transmitido em TV nacional na noite deste domingo, o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que esperava que a calma e a tranquilidade fossem retomadas rapidamente. “Mas que ninguém se engane, estamos determinados a defender nossas fronteiras e nossa soberania.”

Abaixo mostramos em dois vídeos a histórica formação do Estado Judeu e a visão palestina / árabe da criação de Israel e as conseqüências, segundo os autores do vídeo, do surgimento de Israel.

A realidade é que tanto palestinos quanto judeus são essencialmente irmãos em suas raízes históricas e deveriam por fim a essa interminável animosidade entre os seus povos, que só trazem dor e sofrimento para todos os envolvidos. É uma pena que assim seja. A paz na terra aos homens de boa vontade parece algo longe de se tornar realidade, passados 60 anos da criação de Israel.

Visão Palestina da criação de Israel



Criação do Estado Judeu : Ben-Gurion declara a Independência de Israel em maio de 1948 


domingo, 15 de maio de 2011

Ministério Público e a Polêmica Sobre a Privatização do Estádio Caio Martins


O anúncio da intenção de privatização do Complexo Esportivo Caio Martins,uma área de 47.820 m2, no coração de Icaraí, o bairro do m2 mais caro da cidade, que seria repassado para empreendimentos imobiliários, está agitando os brios e a indignação do povo niteroiense.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou Inquérito Civil para investigar procedimentos que serão adotados pelo Governo do Estado no terreno que abriga o Complexo Esportivo Caio Martins, em Niterói.

A ação foi motivada por um abaixo-assinado com 450 signatários. O documento foi encaminhado por uma associação civil (Conselho Comunitário da Orla da Baía - CCOB) à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente de Niterói. No texto, os moradores solicitam fiscalização do MP. Especula-se possível descaracterização do conjunto esportivo e sua possível venda para o mercado imobiliário.

"O MP foi acionado pela população para acompanhar os projetos em discussão sobre o futuro do estádio. O que o MP quer agora é obter informações oficiais dos Governos Municipal e Estadual. Trata-se de um patrimônio público e social, cujo tombamento vem sendo discutido na Câmara Municipal, além de ser uma importante área de lazer para a população. Possíveis modificações no empreendimento também podem trazer repercussões urbanísticas que merecem estudos de impacto de vizinhança por situar-se num bairro com alto grau de adensamento", afirmou o Promotor de Justiça Luciano Mattos, responsável pela instauração do inquérito.

O MP intimou a Câmara de Vereadores de Niterói a encaminhar cópia do Projeto de Lei, aprovado em primeira discussão, sobre o tombamento do espaço. A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer também foi intimada a encaminhar os projetos recebidos para reaproveitamento do espaço.

Ministério Público e a Polêmica Sobre a Privatização do Estádio Caio Martins


O anúncio da intenção de privatização do Complexo Esportivo Caio Martins,uma área de 47.820 m2, no coração de Icaraí, o bairro do m2 mais caro da cidade, que seria repassado para empreendimentos imobiliários, está agitando os brios e a indignação do povo niteroiense.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou Inquérito Civil para investigar procedimentos que serão adotados pelo Governo do Estado no terreno que abriga o Complexo Esportivo Caio Martins, em Niterói.

A ação foi motivada por um abaixo-assinado com 450 signatários. O documento foi encaminhado por uma associação civil (Conselho Comunitário da Orla da Baía - CCOB) à Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Meio Ambiente de Niterói. No texto, os moradores solicitam fiscalização do MP. Especula-se possível descaracterização do conjunto esportivo e sua possível venda para o mercado imobiliário.

"O MP foi acionado pela população para acompanhar os projetos em discussão sobre o futuro do estádio. O que o MP quer agora é obter informações oficiais dos Governos Municipal e Estadual. Trata-se de um patrimônio público e social, cujo tombamento vem sendo discutido na Câmara Municipal, além de ser uma importante área de lazer para a população. Possíveis modificações no empreendimento também podem trazer repercussões urbanísticas que merecem estudos de impacto de vizinhança por situar-se num bairro com alto grau de adensamento", afirmou o Promotor de Justiça Luciano Mattos, responsável pela instauração do inquérito.

O MP intimou a Câmara de Vereadores de Niterói a encaminhar cópia do Projeto de Lei, aprovado em primeira discussão, sobre o tombamento do espaço. A Secretaria de Estado de Esporte e Lazer também foi intimada a encaminhar os projetos recebidos para reaproveitamento do espaço.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

"Tweetando" com Responsabilidade


O uso da mídias sociais, como Twitter, Facebook, Orkut, Myspace e outras tem crescido de forma vertiginosa, atraindo todo o tipo de público. A onda da conectividade, da comunicação e expressão instantâneas veio para ficar.

A força dessas mídias, o seu poder de disseminação de conceitos e idéias é enorme, pois com uma conectividade do tipo viral, as notícias são replicadas em rede com uma velocidade espantosa. Além do mais, entrou uma informação na web, ela não sairá nunca mais.

O uso das mídias sociais tem se mostrado extremamente útil e atraído cada vez mais a atenção dos vários segmentos da sociedade, incluindo as corporações e os políticos. No entanto, em várias situações tem servido de palco para manifestações lamentáveis, que agridem, difamam, que conclamam à violência, à xenofobia e ao racismo.

Um dos exemplos mais deploráveis do uso inconseqüente das mídias sociais foi dado em 2010 após a eleição da presidente Dilma Roussef, quando uma estudante de direito, destilou no Twitter toda a sua intolerância e racismo com relação ao povo do Nordeste, aonde a então candidata à presidente teve votação expressiva.

Uma das frases da estudante foi: 

"Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Depois desse ato insano, que certamente envergonhou a si própria mais tarde e à aqueles que lhe querem bem, a estudante excluiu suas contas tanto no Twitter quanto no Facebook,  redes sociais aonde fez o ataque. No entanto, a notícia já tinha sido replicada e a jovem experimentou toda a repulsa da sociedade e estaria sendo processada por crime de racismo e incitação pública de crime, com penas previstas de dois a cinco anos e de três a seis meses ou multa.

A questão é o por quê de alguém bem nascido, com acesso à  formação de qualidade proceder dessa forma? Em uma época aonde as barreiras quanto ao xenofobismo e ao racismo tem sido duramente combatidas, por que essas manifestações retrógradas de intolerância e ódio? Justamente nessas mídias da moderna era da comunicação? É bom lembrar que diante das ferramentas disponíveis na WEB, o anonimato não existe. É possível se chegar a qualquer um que tenha violado as leis vigentes por manifestações públicas envolvendo calúnias, pedofilia e outros crimes praticados “on line”.

Ontem, após o jogo do Flamengo contra o Ceará, a estória se repetiu infelizmente. Com a desclassificação do Flamengo pela Copa do Brasil,  novamente manifestações preconceituosas e ofensivas contra os nordestinos foram publicadas no Twitter. Dessa vez foram três jovens que destilaram seu ódio e racismo inconseqüentes. 

É deplorável que essas coisas aconteçam. Sob qualquer pretexto seria inaceitável tal atitude, ainda mais sendo motivada pelo resultado de uma simples partida de futebol.


Todos nós estamos indignados e mais uma vez esperamos que essas pessoas tenham punição exemplar. Que elas aprendam respondendo diante da justiça pelo que fizeram.

Não podemos tolerar esses comportamentos em nossa sociedade. Uma sociedade plural e caracterizada fundamentalmente pela diversidade de etnias e raças que forjaram esse país, reconhecido em todo o mundo como exemplo de tolerância, de respeito às diferenças, às religiões. Que recebe de braços abertos a quem chega.

Diga Não à intolerância! Diga Não a essas pessoas que não sabem o que é exercer com responsabilidade a cidadania.

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