Os ventos da liberdade tem varrido os países árabes um a um. Os movimentos de insurreição popular contra governos que se perpetuaram no poder por décadas, começou na Tunísia, com a substituição do seu presidente, que não resistiu à onda da revolta popular, passou de forma avassaladora pelo Egito, com a destituição do então poderoso Mubarak, ameaça a Jordânia, O Iêmen e a Arábia Saudita, que resiste tentando manter a ordem, prometendo benefícios bilionários à população, para tentar se manter fora dessa onda renovadora que chegou com toda a força à República da Líbia, aonde o presidente e ditador Muammar Khadafi e seus seguidores resolveram enfrentar os revoltosos, que tentam decretar a queda do seu regime.
A situação na Líbia nos últimos dias tem mostrado lances sangrentos, com combates que não envolvem somente, de um lado o governo e seus seguidores, e de outro lado, os milicianos revoltosos. Nessa verdadeira guerra civil, a população é que tem pago a maior parte da conta, como sempre acontece, como aconteceu no Iraque.
Hoje, uma força policialestca de países, composta por EUA, França, Espanha, Reino Unido, Canadá e Itália, com o respaldo do conselho de segurança da ONU, resolveram que era hora de “proteger o povo Líbio” e estão bombardeando as forças militares do ditador Kadafi, dias depois do Conselho decretar uma zona de exclusão aérea sobre o País.
A questão, é o por quê de em tantas outras guerras sangrentas, que assolaram o continente africano, e que resultaram em milhares de perdas de vidas inocentes, de verdadeiros genocídios, como em 1994 em Ruanda, esses países e a ONU não se solidarizaram e intervieram em favor da “defesa do povo” como fazem agora. Mudança de consciência desses paises? O mundo é outro? O que importa mesmo são os interesses geopolíticos, os interesses econômicos, os interesses estratégicos e, no caso das sangrentas guerras tribais africanas, o custo da intervenção não compensava. Não há bônus para pagar as campanhas militares e os altos custos envolvidos. No caso da Líbia a história é outra. Lá há um estratégico estoque de petróleo e isso, geopoliticamente, paga qualquer campanha militar.
A verdade é que se inicia mais uma intervenção militar sem sentido, que lembra em muito, a campanha contra o Iraque. E o mundo vai assistir impassível a mais uma guerra de intervenção sem sentido. Tristes tempos esses...aonde a força das armas se torna mandatória é substitui a cada crise a negociação e pressão diplomáticas. Papel maior que deveria ser defendido pela ONU, antes da cogitação de qualquer sanção de natureza militar.
Essa guerra é em nome de que mesmo?
Vejam o vídeo do you tube da resistência da insurgência aos ataques da força de Kadhafi.
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