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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Governo Federal – Brasil : País Rico é País sem Pobreza

A ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom/PR), Helena Chagas, apresentou à imprensa no último dia 10/02 a nova logomarca do governo federal. Por meio do slogan "País rico é país sem pobreza", o governo reafirma o compromisso firmado pela presidenta logo após vencer as eleições, que é dar prioridade à erradicação da miséria e redução da pobreza extrema no País.

blog jcr nova logomarca do governo dilma

Na verdade, esse é um compromisso que vem sendo firmado explicita ou implicitamente, nas várias décadas, pelos vários governantes que chegam ao cargo máximo no País.

Como cidadão, realmente torço para que possamos avançar, e muito, no desenvolvimento econômico-social. Na verdade muito se avançou nesses últimos 08 anos, tanto na direção da promoção da igualdade como nos vários indicadores da cidadania, mas ainda falta muito para ser feito. Para, de fato, trilharmos o caminho de sermos um País rico, um Pais justo para com todos os brasileiros, e que venha a resgatar a imensa dívida social existente com seu povo.

índice de desenvolvimento humano 2010

Gostaria, agora, de lembrar as palavras do professor Weber Figueiredo quando falou sobre a reconstrução do Brasil. “O Japão é pobre em recursos naturais, mas é um país rico. O Brasil é rico em energia e recursos naturais, mas é um país pobre. Os países ricos, são ricos materialmente porque eles produzem riquezas. Riqueza vem de rico. Pobreza vem de pobre. País pobre é aquele que não consegue produzir riquezas para o seu povo. Se conseguisse, não seria pobre, seria país rico.”

E ainda mais:

No comércio mundial de mercadorias, em média: 1kg de soja custa US$ 0,10 (dez centavos de dólar), 1kg de automóvel custa US$ 10, isto é, 100 vezes mais, 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$1.000 (10 mil quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000. Isto é, quanto mais tecnologia agregada tem um produto, maior é o seu preço, mais empregos foram gerados na sua fabricação.”

Portanto, o desafio de se construir um País rico e deixar para trás a pobreza, não vai se materializar se nos contentarmos em sermos meros exportadores de commodities, sejam agrícolas ou minerais, como por exemplo, minério de ferro, soja, etanol ou petróleo cru. Precisamos investir maciçamente em tecnologia, em concepção, como faz a EMBRAER (uma das raras exceções neste País), em conhecimento aplicado voltado para a geração de produtos, do saber fazer, entender a ciência e desenvolver as tecnologias necessárias para impulsionar o País na direção da “riqueza”, de tornar nosso povo rico, tirá-lo da pobreza. E não vamos fazer isso sem investir maciçamente em P&D&I, de forma organizada, envolvendo, através de mecanismos inovadores e inteligentes de gestão, em parceria, fortemente, o setor produtivo privado e estatal, as universidades e os centros de pesquisa públicos e privados, nas várias áreas estratégicas do desenvolvimento nacional. O livro Azul, recentemente lançado pelo CGEE, traz um pouco de luz na direção que devemos trilhar.

Para darmos o “salto” rumo à “riqueza”, temos que ter modelos. Temos que ter paradigmas de desenvolvimento industrial. “Cases” de sucesso de países que eram pobres, de forma similar ao Brasil, como a Coréia do Sul, um país de dimensão territorial ínfima comparada à nossa, sem riquezas naturais, com pouco solo agriculturável, mas que promoveu uma eficiente reforma agrária, sem energia abundante e barata, sem bens minerais preciosos e em quantidade, mas que soube se reconstruir no caminho da busca da riqueza através da promoção em massa da educação de qualidade de seu povo, na direção da geração da inovação e desenvolvimento tecnológicos próprios, tendo hoje várias de suas empresas, como a Samsung, que é a marca nº 1 de produtos eletro-eletrônicos do mundo e faz parte das 20 marcas globais mais valiosas, a Hyundai, a LG e tantas outras, líderes mundiais no comércio e tecnologia em seus setores. O povo sul coreano hoje caminha a passos largos na direção da riqueza. A renda per capita da Coréia do Sul hoje é de US$ 19 mil. Há meio século, a renda per capita sul coreana era de US$ 80.00. Como comparação, a vizinha Coréia do Norte, um dos regimes mais fechados do mundo, mas com as mesmas raízes históricas e identidade do povo coreano do sul, tem renda per capita (2010) de US$ 1800.00, dez vezes menor que a Coréia do Sul. O Brasil, por sua vez, fruto do desenvolvimento dos últimos anos, deve ter ultrapassado ligeiramente a marca dos US$ 10.000 em renda per capita em 2010. Um grande avanço. No entanto, as projeções dos especialistas apontam que somente em 2020 a renda per capita do Brasil deve atingir o patamar de US$ 22,7mil, similar a da Coréia do Sul hoje. Portanto, há necessidade de se rever o modelo de desenvolvimento de forma a se acelerar o processo de acumulação de renda, fruto do desenvolvimento sustentável, a taxas mais elevadas ao longo do tempo, que as que estamos experimentando hoje.

Sobre as empresas transnacionais, nós também temos as nossas. Muitas delas já são líderes mundiais em seus setores. A antiga estatal Vale do Rio Doce, agora a gigante da mineração privada Vale é um bom exemplo, atua mundo afora no mercado de minério de ferro, níquel, carvão e tantas outras commodities minerais, temos ainda transnacionais brasileiras no ramo de bebidas, como a AMBEV que ao associar-se com a cervejaria belga Interbrew gerou a InBev, uma das principais cervejarias do mundo. Temos, como citado, a EMBRAER, essa sim, um exemplo da engenhosidade de concepção da engenharia brasileira. Temos a PETROBRÁS, um ícone de sucesso do modelo em que a atuação do ESTADO dá certo, gera inovação, eficiência e desenvolvimento. A PETROBRÁS avança mundo afora e hoje é a 18a empresa mundial, mas precisamos de muito mais.

A pergunta que me faço é de que forma vamos transformar esse nosso querido Brasil, de país pobre em país rico? Como fazer isso em um horizonte de tempo razoável? Se nosso esforço em promover o desenvolvimento tecnológico em setores críticos, como a eletrônica, a robótica, a mecânica de precisão, os novos materiais, a química fina, os novos fármacos, a nanotecnologia e tantas outras áreas de alta tecnologia ainda patinam. Se o esforço nacional abrangente, e não pontual, da busca da eficácia em P&D&I, ainda não decolou.

O lema embutido na logomarca do Governo Dilma Roussef parece um desafio para muito, muito tempo, ao ritmo que estamos andando. A este ritmo, sem aliar políticas de Estado de longo prazo, fortemente impulsionadoras de P&D&I nos setores chave da moderna economia mundial, andando passo a passo com os frutos de uma necessária e urgente refundação do conceito de educação do País, a fim de transformá-la em uma educação de qualidade, que verdadeiramente eduque e inclua as “massas”, as prepare para assumir o seu papel histórico no desenvolvimento do país, seja como técnicos, arquitetos, engenheiros, médicos, pesquisadores, cientistas, e tantas outras profissões de qualidade, tenho a impressão que perderemos o “bonde da história”, mesmo tendo uma imensa população emergindo em direção à classe média, ávida por consumo, mesmo tendo imensas riquezas naturais, mesmo tendo imenso estoque de solo agriculturável ainda a ser explorado, mesmo tendo fontes energéticas baratas e abundantes, mesmo sendo olhado e invejado pelo mundo como um país de futuro brilhante.

Para alavancar o nosso desenvolvimento em direção à riqueza, como propõe o Lema da nossa presidente, temos que repensar a fundo, e agora, o modelo de desenvolvimento desse país. Ter coragem para mudar com o olhar no futuro. Começar esse trabalho agora, para que a mensagem contida na logomarca do Governo Dilma não caia no vazio.

2 comentários:

  1. Olha José Carlos,

    Eu achei bastante oportuno o seu post, e o que eu penso a respeito disso? Eu penso que o ser humano é movido a "chicote"! Como vc bem lembrou, esses países citados como promissores, eram pobres em recursos naturais....e isso sem falar em países devastados por guerras! Quando o ser humano se encontra em situações desesperadoras em que ele se vê obrigado a tomar decisões é que ele deixa aflorar a sua criatividade e acaba arregaçando as mangas e encontram soluções! Eu diria que o Brasil com tantos recursos, acabou deixando o seu povo acomodado....vemos gente passando fome em uma terra com tanta fartura!

    Fazendo uma comparação grosseira, seria como o estudante que passa na matéria mais difícil e fica reprovado na mais fácil pois achou que nesta última não ia precisar se esforçar....mais ou menos isso!

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  2. Bom dia Luís

    Muito obrigado pelo comentário. Como escrevi, temos que repensar esse País. Temos que modificar o nosso modelo de desenvolvimento industrial na direção da produção de bens de elevado valor agregado e construir uma tecnologia realmente nacional e de concepção de produtos, que seja inovadora, eficaz e competitiva quando comparada às demais nações. Aí sim temos chances reais de dar um salto rumo à "riqueza"

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