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terça-feira, 29 de março de 2011

Acidente Nuclear de Fukushima: Saiba Todos os Detalhes do Acidente


O acidente nuclear nas unidades da Central Nuclear de Fukushina Dai-Ichi em 12 de março(Japão) foi,  ao lado  do acidente da usina americana de Three Miles Island, em 28 de março de 1979, sem vítimas fatais, e da usina ucraniana de Chernobil, ocorrido em  26 de abril de 1986, o mais grave da história da indústria nuclear mundial. Felizmente, ao contrário de Chernobil, aonde morreram diretamente no evento 47 trabalhadores, estimando-se, em função da contaminação radioativa que se sucedeu ao acidente, a morte de até 4000 mortes, no caso das unidades de Fukushima, embora tenham sido contaminados alguns trabalhadores que tentavam controlar a situação das unidades da Central, ainda não se reportou óbitos em função do acidente, que, no entanto, ainda evolui.

Nosso Blog acompanha os eventos e mostra nas tabelas abaixo o status reportado pela autoridade nuclear japonesa às 16:00h de 29/03 (hora japão).


A Tabela 1 é uma versão em português preparada pelo blog a  partir dos dados originais divulgados. Como pode ser visto das tabelas, o acidente foi mais grave nas unidades 1,2,3 e 4 da Central Nuclear, com liberação de material radiativo, como iodo (indutor de cancer de tireóide), plutônio (combustível para bombas nucleares), césio e outros elementos radioativos.


Sobre Fukushima, ela é uma complexo de 06 usinas, de propriedade da The Tokyo Electric Power Company (TEPCO), a maior empresa de energia elétrica do Japão, controlando 17 usinas nucleares.

Dica de visualização:

Para visualizar as tabelas melhor, clique sobre elas e quando abrir a nova "aba" do navegador use os  comandos do teclado: Internet explorer e Firefox:  Aumente a imagem com CTRL +.  Navegador Chrome: Clique no ícone ferranentas no canto direito e aumente e tela em zoom.




segunda-feira, 28 de março de 2011

Governo Reforça Orçamento da FINEP Para Investimentos em Inovação


O desafio de se construir um país rico e deixar para trás a pobreza, não vai se materializar se nos contentarmos em ser meros exportadores de commodities, sejam agrícolas ou minerais, como por exemplo, minério de ferro, soja, etanol ou petróleo cru. Precisamos investir maciçamente em tecnologia, em concepção, em conhecimento aplicado voltado para a geração de produtos, do saber fazer, entender a ciência e desenvolver as tecnologias necessárias para impulsionar o País na direção da “riqueza”, de tornar nosso povo rico, tirá-lo da pobreza. E não vamos fazer isso sem investir maciçamente em P&D&I.


FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos é uma empresa pública vinculada ao MCT e que foi criada em 1967 com a missão de promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas, transformando o Brasil por meio da Inovação.

O objetivo da FINEP é atuar em toda a cadeia da inovação, com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil e, para tal, precisa receber investimentos cada vez maiores no sentido de cumprir sua missão em prol do desenvolvimento do País.

Após Acordos realizados junto ao BNDES e ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), a FINEP ampliou em R$ 2 bilhões os recursos destinados ao financiamento com retorno de projetos de ciência, tecnologia e inovação em empresas brasileiras. Com isso, o orçamento total da Financiadora para apoio a empresas e instituições de ensino e pesquisa em 2011 passou de R$ 4 bilhões para cerca de R$ 6 bilhões. Parte deste reforço no orçamento – R$ 1,75 bilhão – virá do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operado pelo BNDES, dos quais R$ 1 bilhão na forma de empréstimo. Os outros R$ 750 milhões são da linha de inovação do PSI e serão repassados pela FINEP, que atuará como agente financeiro do Banco. A Financiadora também receberá R$ 220 milhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) que serão aplicados em projetos de inovação tecnológica em micro, pequenas e médias empresas, em áreas consideradas estratégicas, como tecnologia da informação e comunicação (TICs), petróleo e gás, nanotecnologia, entre outras.

A meta do presidente da FINEP, Glauco Arbix, conforme o seu discurso de posse, é duplicar a capacidade de crédito da Financiadora, atingindo R$ 8 bilhões ao final de quatro anos. “Poucas instituições no mundo atuam da pesquisa ao crédito, como aqui. O Brasil precisa de um choque de inovação e a FINEP será protagonista desse processo na condição de um banco de fomento”, afirmou. Ele citou as áreas de gás e energia, complexo de saúde, nanotecnologia e Tecnologia da Informação como prioritárias para apoio.

Na sua carteira de reembolsável (crédito), a FINEP opera com taxas subsidiadas que variam entre 3,5% e 5% ao ano dependendo do grau de inovação do projeto. Já os recursos do PSI serão operacionalizados pela FINEP com base nas linhas do Programa, que também opera com taxas fixas entre 4% e 5% ao ano para projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas prioritárias da Política de Desenvolvimento Produtivo do Governo Federal.

Créditos: Matéria reproduzida, com alterações e inserções feitas pelo blog, da Notícias FINEP.

Governo Reforça Orçamento da FINEP Para Investimentos em Inovação


O desafio de se construir um país rico e deixar para trás a pobreza, não vai se materializar se nos contentarmos em ser meros exportadores de commodities, sejam agrícolas ou minerais, como por exemplo, minério de ferro, soja, etanol ou petróleo cru. Precisamos investir maciçamente em tecnologia, em concepção, em conhecimento aplicado voltado para a geração de produtos, do saber fazer, entender a ciência e desenvolver as tecnologias necessárias para impulsionar o País na direção da “riqueza”, de tornar nosso povo rico, tirá-lo da pobreza. E não vamos fazer isso sem investir maciçamente em P&D&I.


FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos é uma empresa pública vinculada ao MCT e que foi criada em 1967 com a missão de promover o desenvolvimento econômico e social do Brasil por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação em empresas, universidades, institutos tecnológicos e outras instituições públicas ou privadas, transformando o Brasil por meio da Inovação.

O objetivo da FINEP é atuar em toda a cadeia da inovação, com foco em ações estratégicas, estruturantes e de impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil e, para tal, precisa receber investimentos cada vez maiores no sentido de cumprir sua missão em prol do desenvolvimento do País.

Após Acordos realizados junto ao BNDES e ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), a FINEP ampliou em R$ 2 bilhões os recursos destinados ao financiamento com retorno de projetos de ciência, tecnologia e inovação em empresas brasileiras. Com isso, o orçamento total da Financiadora para apoio a empresas e instituições de ensino e pesquisa em 2011 passou de R$ 4 bilhões para cerca de R$ 6 bilhões. Parte deste reforço no orçamento – R$ 1,75 bilhão – virá do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), operado pelo BNDES, dos quais R$ 1 bilhão na forma de empréstimo. Os outros R$ 750 milhões são da linha de inovação do PSI e serão repassados pela FINEP, que atuará como agente financeiro do Banco. A Financiadora também receberá R$ 220 milhões do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) que serão aplicados em projetos de inovação tecnológica em micro, pequenas e médias empresas, em áreas consideradas estratégicas, como tecnologia da informação e comunicação (TICs), petróleo e gás, nanotecnologia, entre outras.

A meta do presidente da FINEP, Glauco Arbix, conforme o seu discurso de posse, é duplicar a capacidade de crédito da Financiadora, atingindo R$ 8 bilhões ao final de quatro anos. “Poucas instituições no mundo atuam da pesquisa ao crédito, como aqui. O Brasil precisa de um choque de inovação e a FINEP será protagonista desse processo na condição de um banco de fomento”, afirmou. Ele citou as áreas de gás e energia, complexo de saúde, nanotecnologia e Tecnologia da Informação como prioritárias para apoio.

Na sua carteira de reembolsável (crédito), a FINEP opera com taxas subsidiadas que variam entre 3,5% e 5% ao ano dependendo do grau de inovação do projeto. Já os recursos do PSI serão operacionalizados pela FINEP com base nas linhas do Programa, que também opera com taxas fixas entre 4% e 5% ao ano para projetos de pesquisa e desenvolvimento nas áreas prioritárias da Política de Desenvolvimento Produtivo do Governo Federal.

Créditos: Matéria reproduzida, com alterações e inserções feitas pelo blog, da Notícias FINEP.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Incidente de Fukushima e a Posição da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN

A comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, pela sua Assessoria de imprensa, veio prestar, para tranqüilidade da população a seguinte nota:

Descrição esquemática de uma usina nuclear tipo PWR

Japão - Boletim Diário

 

Boletim 00

 

Comunicação Social CNEN

Comunicado da CNEN sobre os acidentes  em usinas nucleares japonesas

Atenta aos acontecimentos no Japão envolvendo usinas nucleares e sensível aos anseios que eles podem despertar na população brasileira quanto à segurança das usinas Angra 1 e Angra 2, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vem a público trazer alguns esclarecimentos:

Acidentes relevantes com usinas nucleares são raros. O último deles ocorreu há 25 anos, em Chernobyl.  Atualmente, a tecnologia empregada evoluiu bastante, o que torna ainda mais improvável a repetição de algo semelhante. O acidente no Japão vem apresentando um nível de gravidade muito menor que Chernobyl, mas que ainda exige bastante atenção por parte das autoridades daquele país.

As condições extremas causadas pelos abalos sísmicos no Japão não fazem parte da realidade brasileira.  Porém, mesmo aqui, as usinas nucleares estão preparadas para problemas que possam eventualmente ocorrer, mesmo com probabilidade muito baixa. Elas seguem rigorosas normas nacionais e internacionais de segurança que garantem a proteção de trabalhadores, da população local e do meio ambiente. Qualquer possível evolução nas condições de segurança resultante da experiência japonesa, caso se mostre necessário, será adequadamente incorporada à realidade nacional após as conclusões técnicas que forem tiradas.

O Programa Nuclear Brasileiro está em crescimento, com a perspectiva de ampliação do uso da energia nuclear na medicina, indústria, pesquisa, agricultura e também na geração de eletricidade. A construção de Angra 3 já iniciou e há  previsão de outras usinas em território nacional. Esses planos não devem sofrer alterações, pois a CNEN investe continuamente em um rigoroso trabalho de fiscalização e controle das aplicações de técnicas nucleares no Brasil e acredita nos benefícios que o uso seguro e pacífico da energia nuclear pode trazer ao nosso País.

Mais informações:
Comunicação Social CNEN
Fone: (21) 2173 2130 / 9218 6423

"
Abaixo segue um quadro comparativo das diferenças da Central Nuclear de Fukushima  (Japão) e a Central Nuclear de Angra dos Reis (Brasil)


 

Incidente de Fukushima e a Posição da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN

A comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, pela sua Assessoria de imprensa, veio prestar, para tranqüilidade da população a seguinte nota:

Descrição esquemática de uma usina nuclear tipo PWR

Japão - Boletim Diário

 

Boletim 00

 

Comunicação Social CNEN

Comunicado da CNEN sobre os acidentes  em usinas nucleares japonesas

Atenta aos acontecimentos no Japão envolvendo usinas nucleares e sensível aos anseios que eles podem despertar na população brasileira quanto à segurança das usinas Angra 1 e Angra 2, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vem a público trazer alguns esclarecimentos:

Acidentes relevantes com usinas nucleares são raros. O último deles ocorreu há 25 anos, em Chernobyl.  Atualmente, a tecnologia empregada evoluiu bastante, o que torna ainda mais improvável a repetição de algo semelhante. O acidente no Japão vem apresentando um nível de gravidade muito menor que Chernobyl, mas que ainda exige bastante atenção por parte das autoridades daquele país.

As condições extremas causadas pelos abalos sísmicos no Japão não fazem parte da realidade brasileira.  Porém, mesmo aqui, as usinas nucleares estão preparadas para problemas que possam eventualmente ocorrer, mesmo com probabilidade muito baixa. Elas seguem rigorosas normas nacionais e internacionais de segurança que garantem a proteção de trabalhadores, da população local e do meio ambiente. Qualquer possível evolução nas condições de segurança resultante da experiência japonesa, caso se mostre necessário, será adequadamente incorporada à realidade nacional após as conclusões técnicas que forem tiradas.

O Programa Nuclear Brasileiro está em crescimento, com a perspectiva de ampliação do uso da energia nuclear na medicina, indústria, pesquisa, agricultura e também na geração de eletricidade. A construção de Angra 3 já iniciou e há  previsão de outras usinas em território nacional. Esses planos não devem sofrer alterações, pois a CNEN investe continuamente em um rigoroso trabalho de fiscalização e controle das aplicações de técnicas nucleares no Brasil e acredita nos benefícios que o uso seguro e pacífico da energia nuclear pode trazer ao nosso País.

Mais informações:
Comunicação Social CNEN
Fone: (21) 2173 2130 / 9218 6423

"
Abaixo segue um quadro comparativo das diferenças da Central Nuclear de Fukushima  (Japão) e a Central Nuclear de Angra dos Reis (Brasil)


 

Incidente Nuclear no Japão: Uma Análise Comparativa com as Usinas de Angra (Vejam um vídeo de Fukushima)


A produção de energia é um dos dilemas a serem enfrentados pela humanidade nas próximas décadas. As fontes de energia hídrica, como as que represam rios e são as principais fontes geradoras de energia elétrica no Brasil, embora sejam limpas, isto é, não poluam o ambiente pela queima de combustíveis fósseis, como o gás natural e o carvão, usados nas usinas terno elétricas  para gerar vapor e acionar as turbinas geradoras de energia elétrica - e que compõem grande parte da matriz energética de países como a China e os Estados Unidos -, vem apresentando cada vez maiores resistências quanto a instalação de novas hidroelétricas, pelo alto impacto ambiental provocado, uma vez que, geralmente, é necessário a formação de grandes lagos, que resultam em perda da biodiversidade e traz profundo impacto sobre as populações residentes na área. O complexo elétrico do Madeira é um desses projetos em xeque. Projetado para conter duas usinas de grande porte: a de Jirau (3.300 MW) e a de Santo Antônio (3.150 MW), sob o olhar da disponibilidade estratégica de energia para a manutenção do crescimento do País é mais do que justificável a sua construção. No entanto, os gestores do empreendimento encontram cada vez mais problemas associados às reinvidicações sobre a garantia da sustentabilidade ambiental do empreendimento, atrasos  no cronograma de liberação das licenças ambientais, ameaças judiciais exigindo maiores e melhores garantias sobre a mitigação dos impactos ambientais, tendo a frente dessas ações, ambientalistas e entidades civis organizadas e de defesa da população e, outros entraves.

Esse cenário de contestação, de exigência de garantias pelas partes envolvidas, especialmente quando se fala da população, é extremamente salutar. É o exercício pleno da cidadania, do amadurecimento da democracia e da conscientização cada vez maior que a Sociedade sente não ser somente mero espectador, mas protagonista dos fatos que lhe causam impacto.

Embora tenha esse lado positivo, é evidente que sob o aspecto técnico-financeiro, esses embates de cunho ambiental, com todos os méritos que carregam, se constituem em fator de aumento de custos, atrasos de cronograma e incertezas sobre a construção desses empreendimentos. As questões podem ser tão complexas, que mesmo sendo estratégicos para o país, investimentos como esses podem não sair do papel pela pressão da Sociedade organizada.

Esse cenário que citamos, mostra que, mesmo energias limpas como as hidroelétricas, encontram cada vez mais resistências quando se fala da construção de novas plantas geradoras. É inevitável, mesmo que minimizado, impactar o meio ambiente, mesmo com todas as promessas e projetos de remediação que sejam apresentados como compensatórios.

A questão ambiental, o dilema em que vivemos do aquecimento desenfreado do planeta graças, em grande parte, a uma matriz energética mundial essencialmente suja, emissora dos perigosos gases do efeito estufa, trouxe de volta, nos últimos tempos, uma antiga alternativa ao cenário energético mundial: A geração energética via fonte nuclear. Ela é limpa, tem tecnologia madura e dominada, ao contrário de novas alternativas, ainda incipientes, como a geração eólica e a energia solar e não causa grandes impactantes ambientes em sua instalação e, até hoje, tinha uma reputaçao de relativo sucesso. Para falar em números, a porcentagem da energia nuclear na geração de energia mundial é de 6,5% (1998,UNDP) e de 16% na geração de energia elétrica. No mês de janeiro 2009 estavam em funcionamento 210 usinas nucleares em 31 países, com ao todo 438 reatores produzindo a potência elétrica total de 372 GW.

Historicamente, a energia nuclear experimentou nos anos 1970 - 1990, um grande crescimento, especialmente nos Estados Unidos, Europa, países da antiga União Soviética e Japão. Aos poucos, no entanto, ela perdeu prestígio e investimentos, especialmente em função das pesadas críticas quanto à segurança intrínseca das usinas e da questão da disposição permanente dos resíduos e rejeitos nucleares, de baixa e alta atividade, gerados durante a vida útil das usinas. Esse viés crítico foi intensamente reforçado com os incidentes de Three Mile Island nos EUA e Chernobil na Ucrânia, e um movimento ambientalista e anti-radiação ganhou força no mundo.

Quando o mundo se preparava e as resistências a um novo impulso da construção de plantas nucleares começava a ganhar força, surge o incidente da Central Nuclear de Fukushima, com seus seis reatores. O incidente que ocorreu - e vem ocorrendo - na usina é um dos mais sérios do mundo, e numa escala de 0 a 7, primeiramente foi classificado na escala 4 e agora está na escala 5, colocando em xeque a segurança de todas das centrais nucleares ao redor do mundo. Vários governos, inclusive o do Brasil, já se manifestaram no sentido de rever seuss procedimentos de segurança e outros, como a Alemanha, já anunciaram até a retirada de operação de usinas mais antigas. Esse incidente de Fukushima foi um baque que a indústria nuclear não esperava, especialmente neste momento favorável à diminuição das resistências quanto ao emprego da energia nuclear, como alternativa segura e limpa ao fornecimento de energia ao mundo.

Quanto à aspectos técnicos, há vários tipos de configurações de plantas nucleares. A tecnologia de reator empregada em Fukushima é a BWR (reator a água fervente). Esse é um tipo de reator que usa a água leve (água comum) como refrigerante e moderador, que ao passar diretamente pelo núcleo do reator, contendo o combustível nuclear dentro das varetas dos elementos combustíveis, ferve e forma vapor para impulsionar diretamente a turbina e gerar eletricidade. A presença constante, ininterrupta, de água passando e retirando do núcleo do reator o excesso de calor gerado pelo processo de fissão nuclear, quando o reator está em operação, é o que garante a geração contínua de energia e mantém a segurança da usina. Se esse fluxo de água diminui a um nível crítico ou cessa de forma inesperada, o reator super aquece, os elementos combustíveis são expostos, a ocorrência das reações de fissão do urânio continuam a acontecer e, mesmo que as taxas de fissão se tornem mais baixas, pode ocorrer uma fusão do clad do combustível, o que parece estar ocorrendo, pelo menos parcialmente, em Fukushima.

Em Fukushima se especula que as linhas de fornecimento de água para a manutenção do funcionamento seguro dos reatores da Central Nuclear, tenham entrado total ou parcialmente em colapso, na medida em que, em virtude da interrupção do sistema normal de fornecimento de energia elétrica, danificado pela ocorrência do mega terremoto 9.0 Richter, talvez por um problema de localização no projeto da usina, os geradores diesel de segurança, encarregados de entrar em funcionamento e manter seguro o fluxo de abastecimento de água do reator enquanto a usina estaria sendo desligada emergencialmente, segundo os procedimentos de desligamento, não teriam funcionado, por terem sido inundados pelas mega ondas do tsunami, causando o incidente nuclear que estamos acompanhando hoje.

Comparando com o Brasil, aos leitores primeiramente gostaria de dizer que a nossa matriz energética é praticamente limpa, com o sistema de termo elétricas existentes somente entrando on line ao sistema integrado de distribuição, quando ocorrem situações de flutuação e/ou desequilíbrio do despacho de carga ou quando o volume dos rios e revervatórios de água atingem níveis que não garantem a segurança ao sistema elétrico do País, de forma a atender a demanda elétrica diária projetada.

Quanto às nossas controversas centrais elétricas de Angra, assunto de muita mística e desinformação, elas são de uma arquitetura totalmente diferente das de Fukushima e de Chernobil. Nossas duas centrais em operação no sistema, Angra I (projeto Westinghouse) e Angra 2 (projeto KWU/RBU), são do tipo PWR(reator a água pressurizada) e muito seguras.

Nas usinas de Angra há dois tipos de circuitos. O primeiro deles o circuito primário, fechado, aonde está o reator nuclear em si e seu combustível (elementos combustíveis a base de urânio levemente enriquecido). Esse circuito primário está todo contido dentro do edifício de contenção, que é uma robusta construção de concreto reforçado com um liner de aço interno. O sistema de refrigeração e moderação do primário é constituído de meio aquoso comum (água leve) fortemente pressurizado que, então, é aquecido á medida que a reação de fissão do combustível nuclear acontece e nesse processo libera calor. O sistema primário está interligado, mas de forma separada, a um sistema secundário (ainda dentro do edifício de contenção), que contém o trocador de calor, alimentado por água não pressurizada. Assim, no trocador de calor, ocorre a liberação do calor contido na água pressurizada (quente), que é liberado para a água não pressurizada (fria), aquecendo-a a um ponto em que se forma vapor, e que vai, finalmente, alimentar as turbinas elétricas a vapor, gerando energia. Isso acontece em um prédio auxiliar fora do edifício do reator.

O sistema PWR que o Brasil adotou para as suas usinas é o mais seguro e considerado padrão no mundo e alimenta, por exemplo, os reatores nucleares de navios e submarinos. Comparando com Fukushima, um hipotético incidente com perda do refrigerante primário de um reator típico PWR, faria com que a pressão da água caísse e, imediatamente, a taxa de fissão nuclear diminuísse, diminuindo a temperatura da água e evitando a evolução para um incidente. Além do mais, se a central nuclear é bem projetada, há geradores diesel (principal e de reserva) que, no caso de perda de energia, como aconteceu em Fukushima, entram em funcionamento garantindo a manutenção do fornecimento de água ao sistema, enquanto ocorre o processo controlado de desligamento do reator, com a descida das barras de controle e a adição de boro ao sistema de refrigeração (um veneno para a continuidade da reação nuclear). Além dessas medidas, na arquitetura PWR, a reação nuclear não se mantém às mesmas taxas quando há perda de pressão da água do primário, pois a água pressurizada é condição maior para a “moderação” dos nêutrons e fissão dos núcleos de urânio desse tipo de reator. Portanto, um evento como o de Fukushima não ocorreria nesse reator PWR hipotético ou nos reatores de nossas centrais nucleares.

Podemos então dizer que as centrais de Angra são totalmente seguras? Eu acho que elas são muito seguras. Nossos mecanismos de regulação e garantia da segurança nuclear são muito severos, No entanto, creio que incidentes e acidentes sempre podem acontecer. È trabalhar para que isso não aconteça... 

O vídeo mostrado a seguir ilustra o que está acontecendo em Fukushima. Vejam o vídeo e fiquem a par do que está acontecendo por lá.




(revisado em 18/03/2011 às 16:30h)


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Incidente Nuclear no Japão: Uma Análise Comparativa com as Usinas de Angra (Vejam um vídeo de Fukushima)


A produção de energia é um dos dilemas a serem enfrentados pela humanidade nas próximas décadas. As fontes de energia hídrica, como as que represam rios e são as principais fontes geradoras de energia elétrica no Brasil, embora sejam limpas, isto é, não poluam o ambiente pela queima de combustíveis fósseis, como o gás natural e o carvão, usados nas usinas terno elétricas  para gerar vapor e acionar as turbinas geradoras de energia elétrica - e que compõem grande parte da matriz energética de países como a China e os Estados Unidos -, vem apresentando cada vez maiores resistências quanto a instalação de novas hidroelétricas, pelo alto impacto ambiental provocado, uma vez que, geralmente, é necessário a formação de grandes lagos, que resultam em perda da biodiversidade e traz profundo impacto sobre as populações residentes na área. O complexo elétrico do Madeira é um desses projetos em xeque. Projetado para conter duas usinas de grande porte: a de Jirau (3.300 MW) e a de Santo Antônio (3.150 MW), sob o olhar da disponibilidade estratégica de energia para a manutenção do crescimento do País é mais do que justificável a sua construção. No entanto, os gestores do empreendimento encontram cada vez mais problemas associados às reinvidicações sobre a garantia da sustentabilidade ambiental do empreendimento, atrasos  no cronograma de liberação das licenças ambientais, ameaças judiciais exigindo maiores e melhores garantias sobre a mitigação dos impactos ambientais, tendo a frente dessas ações, ambientalistas e entidades civis organizadas e de defesa da população e, outros entraves.

Esse cenário de contestação, de exigência de garantias pelas partes envolvidas, especialmente quando se fala da população, é extremamente salutar. É o exercício pleno da cidadania, do amadurecimento da democracia e da conscientização cada vez maior que a Sociedade sente não ser somente mero espectador, mas protagonista dos fatos que lhe causam impacto.

Embora tenha esse lado positivo, é evidente que sob o aspecto técnico-financeiro, esses embates de cunho ambiental, com todos os méritos que carregam, se constituem em fator de aumento de custos, atrasos de cronograma e incertezas sobre a construção desses empreendimentos. As questões podem ser tão complexas, que mesmo sendo estratégicos para o país, investimentos como esses podem não sair do papel pela pressão da Sociedade organizada.

Esse cenário que citamos, mostra que, mesmo energias limpas como as hidroelétricas, encontram cada vez mais resistências quando se fala da construção de novas plantas geradoras. É inevitável, mesmo que minimizado, impactar o meio ambiente, mesmo com todas as promessas e projetos de remediação que sejam apresentados como compensatórios.

A questão ambiental, o dilema em que vivemos do aquecimento desenfreado do planeta graças, em grande parte, a uma matriz energética mundial essencialmente suja, emissora dos perigosos gases do efeito estufa, trouxe de volta, nos últimos tempos, uma antiga alternativa ao cenário energético mundial: A geração energética via fonte nuclear. Ela é limpa, tem tecnologia madura e dominada, ao contrário de novas alternativas, ainda incipientes, como a geração eólica e a energia solar e não causa grandes impactantes ambientes em sua instalação e, até hoje, tinha uma reputaçao de relativo sucesso. Para falar em números, a porcentagem da energia nuclear na geração de energia mundial é de 6,5% (1998,UNDP) e de 16% na geração de energia elétrica. No mês de janeiro 2009 estavam em funcionamento 210 usinas nucleares em 31 países, com ao todo 438 reatores produzindo a potência elétrica total de 372 GW.

Historicamente, a energia nuclear experimentou nos anos 1970 - 1990, um grande crescimento, especialmente nos Estados Unidos, Europa, países da antiga União Soviética e Japão. Aos poucos, no entanto, ela perdeu prestígio e investimentos, especialmente em função das pesadas críticas quanto à segurança intrínseca das usinas e da questão da disposição permanente dos resíduos e rejeitos nucleares, de baixa e alta atividade, gerados durante a vida útil das usinas. Esse viés crítico foi intensamente reforçado com os incidentes de Three Mile Island nos EUA e Chernobil na Ucrânia, e um movimento ambientalista e anti-radiação ganhou força no mundo.

Quando o mundo se preparava e as resistências a um novo impulso da construção de plantas nucleares começava a ganhar força, surge o incidente da Central Nuclear de Fukushima, com seus seis reatores. O incidente que ocorreu - e vem ocorrendo - na usina é um dos mais sérios do mundo, e numa escala de 0 a 7, primeiramente foi classificado na escala 4 e agora está na escala 5, colocando em xeque a segurança de todas das centrais nucleares ao redor do mundo. Vários governos, inclusive o do Brasil, já se manifestaram no sentido de rever seuss procedimentos de segurança e outros, como a Alemanha, já anunciaram até a retirada de operação de usinas mais antigas. Esse incidente de Fukushima foi um baque que a indústria nuclear não esperava, especialmente neste momento favorável à diminuição das resistências quanto ao emprego da energia nuclear, como alternativa segura e limpa ao fornecimento de energia ao mundo.

Quanto à aspectos técnicos, há vários tipos de configurações de plantas nucleares. A tecnologia de reator empregada em Fukushima é a BWR (reator a água fervente). Esse é um tipo de reator que usa a água leve (água comum) como refrigerante e moderador, que ao passar diretamente pelo núcleo do reator, contendo o combustível nuclear dentro das varetas dos elementos combustíveis, ferve e forma vapor para impulsionar diretamente a turbina e gerar eletricidade. A presença constante, ininterrupta, de água passando e retirando do núcleo do reator o excesso de calor gerado pelo processo de fissão nuclear, quando o reator está em operação, é o que garante a geração contínua de energia e mantém a segurança da usina. Se esse fluxo de água diminui a um nível crítico ou cessa de forma inesperada, o reator super aquece, os elementos combustíveis são expostos, a ocorrência das reações de fissão do urânio continuam a acontecer e, mesmo que as taxas de fissão se tornem mais baixas, pode ocorrer uma fusão do clad do combustível, o que parece estar ocorrendo, pelo menos parcialmente, em Fukushima.

Em Fukushima se especula que as linhas de fornecimento de água para a manutenção do funcionamento seguro dos reatores da Central Nuclear, tenham entrado total ou parcialmente em colapso, na medida em que, em virtude da interrupção do sistema normal de fornecimento de energia elétrica, danificado pela ocorrência do mega terremoto 9.0 Richter, talvez por um problema de localização no projeto da usina, os geradores diesel de segurança, encarregados de entrar em funcionamento e manter seguro o fluxo de abastecimento de água do reator enquanto a usina estaria sendo desligada emergencialmente, segundo os procedimentos de desligamento, não teriam funcionado, por terem sido inundados pelas mega ondas do tsunami, causando o incidente nuclear que estamos acompanhando hoje.

Comparando com o Brasil, aos leitores primeiramente gostaria de dizer que a nossa matriz energética é praticamente limpa, com o sistema de termo elétricas existentes somente entrando on line ao sistema integrado de distribuição, quando ocorrem situações de flutuação e/ou desequilíbrio do despacho de carga ou quando o volume dos rios e revervatórios de água atingem níveis que não garantem a segurança ao sistema elétrico do País, de forma a atender a demanda elétrica diária projetada.

Quanto às nossas controversas centrais elétricas de Angra, assunto de muita mística e desinformação, elas são de uma arquitetura totalmente diferente das de Fukushima e de Chernobil. Nossas duas centrais em operação no sistema, Angra I (projeto Westinghouse) e Angra 2 (projeto KWU/RBU), são do tipo PWR(reator a água pressurizada) e muito seguras.

Nas usinas de Angra há dois tipos de circuitos. O primeiro deles o circuito primário, fechado, aonde está o reator nuclear em si e seu combustível (elementos combustíveis a base de urânio levemente enriquecido). Esse circuito primário está todo contido dentro do edifício de contenção, que é uma robusta construção de concreto reforçado com um liner de aço interno. O sistema de refrigeração e moderação do primário é constituído de meio aquoso comum (água leve) fortemente pressurizado que, então, é aquecido á medida que a reação de fissão do combustível nuclear acontece e nesse processo libera calor. O sistema primário está interligado, mas de forma separada, a um sistema secundário (ainda dentro do edifício de contenção), que contém o trocador de calor, alimentado por água não pressurizada. Assim, no trocador de calor, ocorre a liberação do calor contido na água pressurizada (quente), que é liberado para a água não pressurizada (fria), aquecendo-a a um ponto em que se forma vapor, e que vai, finalmente, alimentar as turbinas elétricas a vapor, gerando energia. Isso acontece em um prédio auxiliar fora do edifício do reator.

O sistema PWR que o Brasil adotou para as suas usinas é o mais seguro e considerado padrão no mundo e alimenta, por exemplo, os reatores nucleares de navios e submarinos. Comparando com Fukushima, um hipotético incidente com perda do refrigerante primário de um reator típico PWR, faria com que a pressão da água caísse e, imediatamente, a taxa de fissão nuclear diminuísse, diminuindo a temperatura da água e evitando a evolução para um incidente. Além do mais, se a central nuclear é bem projetada, há geradores diesel (principal e de reserva) que, no caso de perda de energia, como aconteceu em Fukushima, entram em funcionamento garantindo a manutenção do fornecimento de água ao sistema, enquanto ocorre o processo controlado de desligamento do reator, com a descida das barras de controle e a adição de boro ao sistema de refrigeração (um veneno para a continuidade da reação nuclear). Além dessas medidas, na arquitetura PWR, a reação nuclear não se mantém às mesmas taxas quando há perda de pressão da água do primário, pois a água pressurizada é condição maior para a “moderação” dos nêutrons e fissão dos núcleos de urânio desse tipo de reator. Portanto, um evento como o de Fukushima não ocorreria nesse reator PWR hipotético ou nos reatores de nossas centrais nucleares.

Podemos então dizer que as centrais de Angra são totalmente seguras? Eu acho que elas são muito seguras. Nossos mecanismos de regulação e garantia da segurança nuclear são muito severos, No entanto, creio que incidentes e acidentes sempre podem acontecer. È trabalhar para que isso não aconteça... 

O vídeo mostrado a seguir ilustra o que está acontecendo em Fukushima. Vejam o vídeo e fiquem a par do que está acontecendo por lá.




(revisado em 18/03/2011 às 16:30h)


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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Já ouviu falar de Computação nas Nuvens ( Cloud Computing)? Vale a pena ou não entrar nessa onda?


Uma das mais badaladas palavras da moda no mundo da computação remete ao conceito da "computação nas nuvens" ( cloud computing, em inglês). Entendendo esse novo conceito de computação, como sendo aquele no qual, em essência, o processamento e o armazenamento de dados, que são gerenciados por uma parafernália de softwares, que nem todos entendemos o por quê e nem para que servem, deixam de estar “rodando” na sua “máquina” (smartphone, desktop, laptop, netbook, ..) e passam a estar armazenados e serem gerenciados (“rodar”) em grandes conjuntos de servidores e unidades de armazenamento pertencentes à grandes e poderosos conglomerados cibernéticos, conectados de forma direta ao “cliente” em uma “rede proprietária” ou conectados pelo “cliente” via WEB,  sendo, neste último caso,  a vantagem mais evidente do conceito, o fato de poder ser acessado e usado pelo “cliente” remotamente de qualquer lugar e a qualquer tempo via internet.

Conceitualmente a “computação nas nuvens” se divide  em duas variantes. A primeira delas, a “computação nas nuvens privada”, focada nos clientes corporativos ( empresas individuais e corporações) e, a segunda, a “computação nas nuvens pública”, voltada para o usuário final, isto é, nós usuários. Havendo ainda um misto entre ambos os tipos, chamada de “computação nas nuvens híbrida”, que não vamos tratar neste texto, pelo fato das duas primeiras variantes citadas serem as principais para o enfoque que estamos dando.

Nos últimos anos, o conceito de “computação nas nuvens” deixou de ser fictício para se tornar algo real, muito real.  De acordo com o IDC, os investimentos mundiais em cloud computing vão atingir US$ 42 bilhões em 2012 - um número quase três vezes maior que o total investido em 2009.

A “computação nas nuvens privada”, aquela utilizada por clientes corporativos, através de serviços de assinatura, traz como principais apelos à adesão ao conceito, o fato do cliente – empresas -  poder estar dentro de um ambiente de rede proprietária ou data center  que usa tecnologias da clouding computing e com o qual se pode evitar, como vantagens do serviço, desde o desperdício financeiro, passando pela otimização das atividades dos empregados, até o fato de poder se evitar dores de cabeça tecnológicas, como ataques através de vírus e outras pragas eletrônicas aos seus sistemas computacionais cativos, sem mencionar as falhas de sistema e perda de dados. Comercialmente, então, dependendo do tipo e do porte da empresa, pode ser uma grande vantagem se optar por este modelo da “nova computação”, que, à princípio, sinaliza para uma compensadora redução de custos do uso dos sistemas de informática/empregado. Como contra ponto, as desvantagens mais evidentes do conceito de “computação nas nuvens privada”, referem-se, primeiramente, à questão da confiabilidade dos sistemas de conectividade. Se a “rede proprietária” cai, a corporação deixa de ter acesso aos seus sistemas computacionais e ao processamento de sua grade de aplicativos, o que pode gerar um grande prejuízo, tanto financeiro quanto de imagem, quando há “usuários finais”, que dependem da segurança dessa conectividade. Outro ponto de insegurança  da “computação nas nuvens privada” diz respeito ao parque de periféricos ( impressoras e outros) da empresa, que tem que estar preparado para trabalhar com a cloud computing e, finalmente, o mais importante, na minha visão, e ponto mais fraco, a questão da propriedade e inviolabilidade dos dados armazenados na “nuvem”.

Sobre a “computação nas nuvens pública”, essas são plataformas que podem ser acessadas através da WEB, com diferentes ofertas de serviços para usuários em todo o mundo, como a  Amazon Elastic Compute Cloud (EC2), IBM's Blue Cloud,  Sun Cloud, Google App Engine e Windows Azure Services Platform.  Tomando por exemplo a Google App Engine, voltada para desenvolvedores, a plataforma procura  facilitar a criação de aplicativos escalonáveis que crescem de um a milhões de usuários sem problemas de infra-estrutura, diz em seu web site o Google. O Google anuncia ainda que o serviço é grátis para começar. Todo aplicativo da Google App Engine irá ter CPU, largura de banda e armazenamento suficiente para atender à aproximadamente 5 milhões de visitantes por mês gratuitamente, podendo-se adquirir recursos adicionais quando se precisar deles, pagando-se naturalmente por isso.

Sobre as vantagens e desvantagens, creio que, no caso da “computação nas nuvens pública”, elas são similares às da  “computação nas nuvens privada”. Tem-se a facilidade de acesso ao sistema em qualquer tempo e lugar e usando  qualquer equipamento com acesso à WEB, como um smartphone, um desktop ou um laptop; a possibilidade do uso de hardwares mais simples e baratos, com acesso somente à WEB para usufruir dos recursos da “nuvem” e, por outro lado,  como principais desvantagens, temos, de novo, a questão da confiabilidade dos sistemas de Internet e as questões de propriedade e garantia da inviolabilidade de dados do usuário.

Sob a ótica de negócio, quando os visionários das novas mídias apontam em uma direção, muito provavelmente isso vai levar a negócios bilionários. E, muito provavelmente também, isso não se dará de forma diferente no caso da “computação nas nuvens”. Uma rápida consulta ao Google, entrando com o descritor  “cloud computing para usuários corporativos”, aponta para várias ofertas voltadas a esse tipo de cliente, o que parece ser um forte indicativo que a coisa veio para ficar e não terá vida efêmera, pois aonde tem oferta, muito provavelmente haverá demanda. É só uma questão de se equacionar o binômio preço e oferta de qualidade dos serviços ofertados, e tornar as interfaces entre a “nuvem” e o usuário/cliente cada vez mais amigável.

Para todos nós cidadãos-usuários, creio que devemos refletir sobre a relação custo/benefício desse novo tipo de computação. Será que verdadeiramente nos trará reais benefícios?  e, principalmente, será que os nossos dados armazenados na “nuvem” estarão verdadeiramente seguros?  Creio que ainda é prematura uma posição mais firme sobre se vale ou não vale a pena aderir a esta nova forma de computação. Cabe a cada um refletir...

Para reflexão, no entanto, é bom lembrar que a real certeza de qualquer coisa é admitir a intrínseca existência da incerteza. Não há sistema 100% seguro, 100% inviolável. Não se é possível garantir, por exemplo, que em casos de exceção, em situações de caos, de quebra das regras usualmente estabelecidas, dispositivos legais de nações não venham a exigir, por exemplo,  acesso aos dados armazenados, de boa fé, na “nuvem” pelo cidadão. Fica a reflexão...

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