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quarta-feira, 14 de março de 2012

Justiça vira o jogo: 48 anos de prisão para bicheiros


Por se tratar de tema de relevância para a Sociedade, transcrevemos a seguir notícia do O Dia On Line de Hoje a respeito da condenação de contraventores do jogo do bicho, que é uma contravenção perniciosa para a sociedade e está relacionada a inúmeros outros delitos. Leia sobre o assunto também em O Bicho tá Solto Gente !! em nosso Blog
 
Anísio, Turcão e Capitão Guimarães são presos por formação de quadrilha, corrupção e ligação com contravenção. Sentença atinge outros 21 investigados na Operação Furacão.



Por: Adriana Cruz e Gabriela Moreira

Os mais antigos integrantes da cúpula do jogo do bicho no Rio foram condenados pela Justiça Federal por envolvimento com a máfia do jogo no Rio. Aniz Abraão David, o Anísio da Beija-Flor, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, e Antonio Petrus Kalil, o Turcão, foram condenados a 48 anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção e envolvimento com jogo do bicho, bingo e máquinas caça-níqueis. A decisão é desdobramento da Operação Furacão, da Polícia Federal, realizada em 2007. Os chamados ‘tios’ foram presos novamente, ontem, pela Polícia Federal.

Além da cúpula, 21 pessoas foram condenadas, somando mais de 400 anos de prisão, na mesma decisão, da juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Criminal Federal. Entre eles, dois delegados federais e policiais civis. São acusados de integrar a mesma quadrilha desembargadores, advogados, jornalista, empresários, juiz federal e ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Alguns ainda não foram julgados.

Movimentação de agentes na sede da PF, após a prisão de oito, em desdobramento da Operação Furacão | Foto: Severino Silva / Agência O Dia Anísio, que semana passada obteve alvará de soltura de processo que corre na Justiça Estadual, sequer teve de se levantar da cama do hospital onde está internado, na Zona Sul, para receber o novo mandado de prisão. Já Turcão cumprirá prisão domiciliar devido à saúde precária. O único dos três chefões que já foi ontem para o complexo penitenciário de Bangu foi capitão Guimarães, ex-presidente da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesa).

Na decisão que condenou a quadrilha, a juíza expediu outros sete mandados de prisão, entre eles o do filho de Turcão, Marcelo Calil, e o sobrinho do capitão Guimarães, Júlio César Guimarães. Também preso, o policial civil Marcos Bretas seria o distribuidor do dinheiro a membros da quadrilha. Duas pessoas não foram presas.

Apesar da condenação, parte da pena dos três integrantes da cúpula foi, na decisão, extinta, uma vez que Anísio, Capitão Guimarães e Turcão têm mais de 70 anos.

Já o dinheiro adquirido ao longo dos anos de exploração do jogo, entre outros crimes, não se perdeu, como pode ser vistonum dos endereços de Capitão Guimarães, em que a PF esteve ontem.

Localizada em Itaipu, Região Oceânica de Niterói, a mansão era vigiada por 18 cães da raça rottweiler. No terreno, uma extensa área de lazer com piscina, churrasqueira, campo de futebol e uma sala para filmes mais parecida com cinema, com capacidade para 50 pessoas.

Delegados da PF condenados

Por ter entre os condenados quatro policiais, inclusive os delegados da Polícia Federal Carlos Pereira da Silva e Susie Pinheiro Dias de Mattos, a operação para cumprimento dos mandados foi tratada com o máximo sigilo na Superintendência. Um grupo restrito de pessoas teve acessoà decisão judicial, que chegou à PF após às 18h de segunda-feira. Menos de 10 horas depois, os agentes já se reuniam para realizar as prisões. Policiais condenados perderam seus cargos.

‘Sentença corajosa deve ser mantida’

Precursor do combate aos chefões do jogo do bicho na década de 90, o ex-procurador-geral de Justiça e atual subsecretário de Defesa e Promoçãodos Direitos Humanos, Antônio Carlos Biscaia, espera que a nova condenação dos bicheiros pela 6ª Vara Criminal Federal seja mantida. “É uma sentença corajosa da juíza Ana Paula Vieira de Carvalho que deve ser mantida nas cortes superiores. Só assim, a sociedade não ficará com a sensação de impunidade”, avaliou Biscaia.

Para o subsecretário, há quase 20 anos está provado que os contraventores bancam rede de crimes. “Não há dúvidas sobre a atuação dessa máfia. Ficou ainda mais evidente com a Operação Furacão, mas desde anos 90 que estamos convencidos do quanto é nocivo a atuação dos contraventores”, avaliou.

Em 1993, a cúpula do jogo do bicho levou o seu primeiro baque. Quatorze contraventores foram condenados pela juíza Denise Frossard, por formação de quadrilha, entre eles, Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães e Antônio Petrus Kalil, o Turcão. Agora, os contraventores voltaram a ser condenados por uma mulher.

Magistrados ainda serão julgados

Um dos que ainda prestam contas com a Justiça por causa da Operação Furacão, de 2007, é o ex-ministro do STJ Paulo Medina. Acusado de receber R$ 1 milhão de propina para beneficiar empresas do bicho, ele foi aposentado em 2010 e agora vai responder na Justiça comum. Outro magistrado que ainda não foi julgado é o juiz federal, agora aposentado, José Eduardo Carreira Alvim.

Na lista dos processados, ainda estão o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, Ernesto Dória, e o procurador da República João Leal Pereira. Outro desembargador do TRT, Ricardo Regueira, era réu, mas morreu durante o processo.

Na decisão que condenou Anísio, capitão Guimarães e Turcão, a Justiça afirma que a máfia criou um grupo, o ‘Clube Barão de Drummond’. Formado pelos membros da quadrilha, o clube funcionava como um ‘tribunal máximo’, onde determinava punições, chegando a ter ligação com a milícia.

Além disso, o clube utilizava instrumentos jurídicos, como testamentos e documentos de comprae venda de imóveis, terrenos e negócios, para perpetuar o esquema criminoso. Assim, quando um integrante morresse ou fosse preso, já teria outro imediatamente nomeado para tocar a quadrilha.

Um dos herdeiros — que está entre os condenados — é Marcelo Calil, filho de Turcão. Segundo a Justiça, Marcelo já estaria responsável pela expansão dos negócios da quadrilha para a América Latina. Uma prova do enriquecimento da quadrilha foi a apreensão, pela Furacão, de R$ 4 milhões escondidos numa parede falsa, além de 51 carros de luxo, jóias e relógios de marca.

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