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quinta-feira, 12 de maio de 2011

"Tweetando" com Responsabilidade


O uso da mídias sociais, como Twitter, Facebook, Orkut, Myspace e outras tem crescido de forma vertiginosa, atraindo todo o tipo de público. A onda da conectividade, da comunicação e expressão instantâneas veio para ficar.

A força dessas mídias, o seu poder de disseminação de conceitos e idéias é enorme, pois com uma conectividade do tipo viral, as notícias são replicadas em rede com uma velocidade espantosa. Além do mais, entrou uma informação na web, ela não sairá nunca mais.

O uso das mídias sociais tem se mostrado extremamente útil e atraído cada vez mais a atenção dos vários segmentos da sociedade, incluindo as corporações e os políticos. No entanto, em várias situações tem servido de palco para manifestações lamentáveis, que agridem, difamam, que conclamam à violência, à xenofobia e ao racismo.

Um dos exemplos mais deploráveis do uso inconseqüente das mídias sociais foi dado em 2010 após a eleição da presidente Dilma Roussef, quando uma estudante de direito, destilou no Twitter toda a sua intolerância e racismo com relação ao povo do Nordeste, aonde a então candidata à presidente teve votação expressiva.

Uma das frases da estudante foi: 

"Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Depois desse ato insano, que certamente envergonhou a si própria mais tarde e à aqueles que lhe querem bem, a estudante excluiu suas contas tanto no Twitter quanto no Facebook,  redes sociais aonde fez o ataque. No entanto, a notícia já tinha sido replicada e a jovem experimentou toda a repulsa da sociedade e estaria sendo processada por crime de racismo e incitação pública de crime, com penas previstas de dois a cinco anos e de três a seis meses ou multa.

A questão é o por quê de alguém bem nascido, com acesso à  formação de qualidade proceder dessa forma? Em uma época aonde as barreiras quanto ao xenofobismo e ao racismo tem sido duramente combatidas, por que essas manifestações retrógradas de intolerância e ódio? Justamente nessas mídias da moderna era da comunicação? É bom lembrar que diante das ferramentas disponíveis na WEB, o anonimato não existe. É possível se chegar a qualquer um que tenha violado as leis vigentes por manifestações públicas envolvendo calúnias, pedofilia e outros crimes praticados “on line”.

Ontem, após o jogo do Flamengo contra o Ceará, a estória se repetiu infelizmente. Com a desclassificação do Flamengo pela Copa do Brasil,  novamente manifestações preconceituosas e ofensivas contra os nordestinos foram publicadas no Twitter. Dessa vez foram três jovens que destilaram seu ódio e racismo inconseqüentes. 

É deplorável que essas coisas aconteçam. Sob qualquer pretexto seria inaceitável tal atitude, ainda mais sendo motivada pelo resultado de uma simples partida de futebol.


Todos nós estamos indignados e mais uma vez esperamos que essas pessoas tenham punição exemplar. Que elas aprendam respondendo diante da justiça pelo que fizeram.

Não podemos tolerar esses comportamentos em nossa sociedade. Uma sociedade plural e caracterizada fundamentalmente pela diversidade de etnias e raças que forjaram esse país, reconhecido em todo o mundo como exemplo de tolerância, de respeito às diferenças, às religiões. Que recebe de braços abertos a quem chega.

Diga Não à intolerância! Diga Não a essas pessoas que não sabem o que é exercer com responsabilidade a cidadania.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Plano Brasil Sem Pobreza: Uma visão a Partir dos Dados do Censo IBGE 2010


O Governo Federal anunciará em breve o lançamento do Plano Brasil sem Miséria, que deverá atender 16,2 milhões de pessoas (8,6% da população brasileira) que ainda estão na linha de extrema pobreza, isto é, que percebem salários até R$ 70,00. O programa deverá envolver ações de transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva.

Os brasileiros abaixo da linha da extrema pobrezaformam o público prioritário do novo programa de governo que será lançado pela presidente Dilma Rousseff. O limite de salário de R$ 70,00 priorizado pelo governo levou em conta o índice usado pelas Nações Unidas para o cumprimento das Metas do Milênio, que estabelece o valor de US$ 1,25 ao dia como a renda necessária para o consumo de alimentos, e a faixa de extrema pobreza utilizada para o Bolsa Família, programa de transferência de renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome -MDS.

Ministra Tereza Campello - MDS
Esse público será o prioritário, dado seu nível de vulnerabilidade, de grande fragilidade, que justifica esse olhar especial”, explicou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que reafirmou o compromisso com a erradicação de extrema pobreza até 2014. “O planoé ousado e não envolve uma única ação, mas iniciativas de diversos setores.” Segundo ela, essa linha limite de salário a ser priorizada deverá ser reajustada ao longo do tempo.

Para contextualizar a informação, veja a seguir os dados preliminares apresentados pelo IBGE, relativos ao Censo 2010, que mostram um retrato dos principais indicadores sócio-econômicos do Brasil em 2010.

Começando pela população brasileira, hoje somos 190 milhões de brasileiros, com aproximadamente 42% da população na região sudeste, 28% na região nordeste, 14% na região sul, 8% na região norte e 7% na região centro oeste. Nota-se a forte concentração populacional das regiões sul, sudeste e nordeste, que somadas concentram 84% da população brasileira.



Com relação ao perfil das faixas etárias do País, o quadro a seguir mostra que um significativo avanço do número de brasileiros com mais de 65 anos. Em 1991 o percentual dessa faixa da população era de 4,8%, em 2000 evoluiu para 5,9% e em 2010 está em 7,4%, o que evidencia uma melhoria da esperança de vida, em função dos índices de desenvolvimento econômico e social observados no período. Por outro lado, a faixa da população de 0 – 14 anos progressivamente vem caindo. Em 1991 esse segmento da população era de 34,7%, em 2000 passou a 29,6% e em 2010 caiu para 24,1%, isto é, uma diminuição expressiva nos índices de natalidade do País. Mantida essa tendência da redução do percentual de jovens e o progressivo aumento da faixa dos mais velhos, a médio / longo prazos nos parece que começa a se configurar um cenário preocupante a respeito da oferta de mão de obra necessária ao desenvolvimento do País e do equilíbrio das contas da previdência oficial, já hoje deficitária. 

A título de contextualização, a figura apresentada após o quadro do IBGE mostra a esperança de vida em todo o mundo (período 2005 -2010). O Brasil está situado em uma faixa intermediária, mas em uma posição relativamente confortável. As maiores esperanças de vida estão no Canadá, EUA, México, Chile, Argentina, em toda a Europa, no Japão, Coréia do Sul, na Austrália, Nova Zelândia, na China. Líbia, Omã, Qatar e Arábia Saudita.



Com relação aos índices de analfabetismo, a quadro a seguir mostra que houve uma redução do analfabetismo de 83% quando comparado o valor de 2010 (9,6%) ao valor de 1940 (56,2%). Em relação à época do chamado milagre conômico brasileiro (1969-1973), a redução do índice foi de 71%. Em 1970 o Brasil tinha 33,6% analfabetos e hoje, como mostrado, é de 9,6%. Finalmente, tomando por referência a taxa de 2000, houve redução de 29% nesse índice.


Se considerarmos a população mundial composta por 7 bilhões de habitantes em dezembro de 2010, e o quantitativo de analfabetos estimado no mesmo ano pela UNESCO em 830 milhões em todo o mundo, a taxa média mundial de analfabetos será de 11,9%. Portanto, a taxa de analfabetos do Brasil é significativamente menor que a média mundial. No entanto, ainda estamos muito longe das taxas dos países desenvolvidos. A título comparativo, na Europa, em 2000, a taxa de analfabetos era de 1,3%.

Com relação ao rendimento mensal per capita, o quadro a seguir mostra um substancial avanço especialmente na faixa de rendimentos mensais até 2 salários mínimos, isto é, os mais pobres. No entanto, nas faixas salariais acima de 3 salários mínimos, aonde se situa a chamada nova classe média do país, não se evidenciou qualquer aumento.


A respeito da evolução do salário mínimo frente aos índices de inflação, o quadro a seguir apresentado mostra, de forma evidente, que a política adotada durante os 2 governos do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva resultou em expressivo ganho real. Considerando-se como parâmetro comparativo julho/2010 (veja gráfico), houve uma valoração do salário mínimo frente ao índice de inflação de 78%, o que, na prática, se traduziu na inserção de milhões de brasileiros ao mercado de consumo e vem ajudando a manter as taxas de crescimento do País e a economia aquecida. Essa política, de Estado, permanece no governo da presidente Dilma Roussef.


Com relação à faixa da população com rendimento de R$ 0,00 – R$ 70,00, isto é, na faixa considerada de miséria, o quadro apresentado mostra que temos 8,6% da população nessa situação. Essa faixa é a prioridade do Programa Brasil sem Miséria. A nosso ver oi bastante feliz priorizar essa faixa da população como prioritária no Plano Brasil sem Pobreza.


Ainda sobre esse assunto, um indicador simples em economia, usado para efeitos apenas indicativos apenas, é o índice de miséria. Esse índice é definido como a soma da taxa de desemprego e da taxa de inflação de um país.

Índice de miséria = Taxa de desemprego + Taxa de inflação

A tabela apresentada, construída para alguns países tomados como referência em 2010 neste post, mostra a China com um surpreendente índice de miséria baixo. O Brasil está próximo nesse índice a alguns dos países desenvolvidos e de elevado IDH, como os EUA e a França. A tabela mostra ainda uma situação pouco confortável dos dois outros BRICS, isto é, o índice de miséria da Federação Russa (BRIC) e da Índia (BRIC). Como comparativo na América Latina, consideramos o caso da Argentina.

Índice de Miséria Calculado pelo nosso Blog (2010)
País
Taxa média de
inflação (%)
Taxa média de desemprego (%)
Índice de miséria
calculado (%)
China
8,7
Estados Unidos
11,2
França
11,4
Brasil
12,61
Federação Russa
17,2
Índia
18,9
Argentina
18,9

Aproveitando a oportunidade dessa reflexão, completamos a análise sobre o índice  de miséria com os dados disponíveis para o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH. A figura a seguir mostra os valores de IDH no mundo em 2010. Nota-se que no caso do Brasil, mesmo considerando-se a complexidade regional do País, com uma grande população e uma gigante extensão territorial, o País situa-se dentre os países com elevado IDH. O nosso problema, no entanto, ainda é a desigualdade desse índice internamente ao País quando olhada a realidade de cada região ou município. Os máximos índices são de grande parte dos países que apresentam as maiores esperanças de vida, isto é, EUA, Europa, Coréia do Sul, Japão, Austrália e Nova Zelândia. É interessante notar a relação geográfica desses países, que possuem clima mais frio e estão situados em elevadas latitudes. Resta a nosso País jogar por terra essa característica e mostrar que um país essencialmente tropical pode alcançar IDH´s comparáveis a qualquer país do primeiro mundo.


Com relação às condições de acesso da população brasileira ao saneamento básico, os quadros do IBGE mostram que há muito a avançar na busca de oferecimento desses serviços à população rural do Brasil. Há um profundo desequilíbrio entre esses serviços oferecidos para o ambiente urbano e rural. A nosso ver, o equacionamento dessa questão, dentre outras políticas, como as de manutenção de renda e de oportunidades aos jovens, deve ser priorizado. Levar bem estar e condições dignas de vida à população rural é fundamental para a manutenção da fixação do homem do campo, evitando-se dessa forma o exôdo para os grandes centros urbanos, o que, na medida que ocorre, traz consigo uma problemática totalmente indesejável ao ambiente social e ao país.



A respeito da oferta de água potável, um dos indicadores de qualidade de vida e de saúde da população, a situação é a mesma como anteriormente mostrado. A população rural é altamente preterida quando comparada à população urbana, o que evidencia a necessidade da implementação de políticas específicas voltadas ao equilíbrio entre as populações urbana e rural, no que tange ao acesso à água potável de qualidade, o que, certamente, deverá se traduzir em um aumento do IDH-M da população rural e, por extensão, o IDH de todo o País. 



Acerca do fornecimento de energia elétrica, o desequilíbrio entre a oferta às populações rural e urbana são menores. Esse fato pode ser explicado pelos programas extensivos de eletrificação rural implantados no País nos últimos anos, como por exemplo o Programa Luz para Todos.



Os dados do censo 2010 divulgados pelo IBGE, ainda de forma preliminar, mostram significativos avanços em quase todos os índices de valoração sócio-econômica da Sociedade. No entanto, o caminho é longo na busca da igualdade. Da diminuição dos desequilíbrios sociais e da busca da “riqueza” em prol do benefício de todos os brasileiros.

Plano Brasil Sem Pobreza: Uma visão a Partir dos Dados do Censo IBGE 2010


O Governo Federal anunciará em breve o lançamento do Plano Brasil sem Miséria, que deverá atender 16,2 milhões de pessoas (8,6% da população brasileira) que ainda estão na linha de extrema pobreza, isto é, que percebem salários até R$ 70,00. O programa deverá envolver ações de transferência de renda, acesso a serviços públicos e inclusão produtiva.

Os brasileiros abaixo da linha da extrema pobrezaformam o público prioritário do novo programa de governo que será lançado pela presidente Dilma Rousseff. O limite de salário de R$ 70,00 priorizado pelo governo levou em conta o índice usado pelas Nações Unidas para o cumprimento das Metas do Milênio, que estabelece o valor de US$ 1,25 ao dia como a renda necessária para o consumo de alimentos, e a faixa de extrema pobreza utilizada para o Bolsa Família, programa de transferência de renda do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome -MDS.

Ministra Tereza Campello - MDS
Esse público será o prioritário, dado seu nível de vulnerabilidade, de grande fragilidade, que justifica esse olhar especial”, explicou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, que reafirmou o compromisso com a erradicação de extrema pobreza até 2014. “O planoé ousado e não envolve uma única ação, mas iniciativas de diversos setores.” Segundo ela, essa linha limite de salário a ser priorizada deverá ser reajustada ao longo do tempo.

Para contextualizar a informação, veja a seguir os dados preliminares apresentados pelo IBGE, relativos ao Censo 2010, que mostram um retrato dos principais indicadores sócio-econômicos do Brasil em 2010.

Começando pela população brasileira, hoje somos 190 milhões de brasileiros, com aproximadamente 42% da população na região sudeste, 28% na região nordeste, 14% na região sul, 8% na região norte e 7% na região centro oeste. Nota-se a forte concentração populacional das regiões sul, sudeste e nordeste, que somadas concentram 84% da população brasileira.



Com relação ao perfil das faixas etárias do País, o quadro a seguir mostra que um significativo avanço do número de brasileiros com mais de 65 anos. Em 1991 o percentual dessa faixa da população era de 4,8%, em 2000 evoluiu para 5,9% e em 2010 está em 7,4%, o que evidencia uma melhoria da esperança de vida, em função dos índices de desenvolvimento econômico e social observados no período. Por outro lado, a faixa da população de 0 – 14 anos progressivamente vem caindo. Em 1991 esse segmento da população era de 34,7%, em 2000 passou a 29,6% e em 2010 caiu para 24,1%, isto é, uma diminuição expressiva nos índices de natalidade do País. Mantida essa tendência da redução do percentual de jovens e o progressivo aumento da faixa dos mais velhos, a médio / longo prazos nos parece que começa a se configurar um cenário preocupante a respeito da oferta de mão de obra necessária ao desenvolvimento do País e do equilíbrio das contas da previdência oficial, já hoje deficitária. 

A título de contextualização, a figura apresentada após o quadro do IBGE mostra a esperança de vida em todo o mundo (período 2005 -2010). O Brasil está situado em uma faixa intermediária, mas em uma posição relativamente confortável. As maiores esperanças de vida estão no Canadá, EUA, México, Chile, Argentina, em toda a Europa, no Japão, Coréia do Sul, na Austrália, Nova Zelândia, na China. Líbia, Omã, Qatar e Arábia Saudita.



Com relação aos índices de analfabetismo, a quadro a seguir mostra que houve uma redução do analfabetismo de 83% quando comparado o valor de 2010 (9,6%) ao valor de 1940 (56,2%). Em relação à época do chamado milagre conômico brasileiro (1969-1973), a redução do índice foi de 71%. Em 1970 o Brasil tinha 33,6% analfabetos e hoje, como mostrado, é de 9,6%. Finalmente, tomando por referência a taxa de 2000, houve redução de 29% nesse índice.


Se considerarmos a população mundial composta por 7 bilhões de habitantes em dezembro de 2010, e o quantitativo de analfabetos estimado no mesmo ano pela UNESCO em 830 milhões em todo o mundo, a taxa média mundial de analfabetos será de 11,9%. Portanto, a taxa de analfabetos do Brasil é significativamente menor que a média mundial. No entanto, ainda estamos muito longe das taxas dos países desenvolvidos. A título comparativo, na Europa, em 2000, a taxa de analfabetos era de 1,3%.

Com relação ao rendimento mensal per capita, o quadro a seguir mostra um substancial avanço especialmente na faixa de rendimentos mensais até 2 salários mínimos, isto é, os mais pobres. No entanto, nas faixas salariais acima de 3 salários mínimos, aonde se situa a chamada nova classe média do país, não se evidenciou qualquer aumento.


A respeito da evolução do salário mínimo frente aos índices de inflação, o quadro a seguir apresentado mostra, de forma evidente, que a política adotada durante os 2 governos do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva resultou em expressivo ganho real. Considerando-se como parâmetro comparativo julho/2010 (veja gráfico), houve uma valoração do salário mínimo frente ao índice de inflação de 78%, o que, na prática, se traduziu na inserção de milhões de brasileiros ao mercado de consumo e vem ajudando a manter as taxas de crescimento do País e a economia aquecida. Essa política, de Estado, permanece no governo da presidente Dilma Roussef.


Com relação à faixa da população com rendimento de R$ 0,00 – R$ 70,00, isto é, na faixa considerada de miséria, o quadro apresentado mostra que temos 8,6% da população nessa situação. Essa faixa é a prioridade do Programa Brasil sem Miséria. A nosso ver oi bastante feliz priorizar essa faixa da população como prioritária no Plano Brasil sem Pobreza.


Ainda sobre esse assunto, um indicador simples em economia, usado para efeitos apenas indicativos apenas, é o índice de miséria. Esse índice é definido como a soma da taxa de desemprego e da taxa de inflação de um país.

Índice de miséria = Taxa de desemprego + Taxa de inflação

A tabela apresentada, construída para alguns países tomados como referência em 2010 neste post, mostra a China com um surpreendente índice de miséria baixo. O Brasil está próximo nesse índice a alguns dos países desenvolvidos e de elevado IDH, como os EUA e a França. A tabela mostra ainda uma situação pouco confortável dos dois outros BRICS, isto é, o índice de miséria da Federação Russa (BRIC) e da Índia (BRIC). Como comparativo na América Latina, consideramos o caso da Argentina.

Índice de Miséria Calculado pelo nosso Blog (2010)
País
Taxa média de
inflação (%)
Taxa média de desemprego (%)
Índice de miséria
calculado (%)
China
8,7
Estados Unidos
11,2
França
11,4
Brasil
12,61
Federação Russa
17,2
Índia
18,9
Argentina
18,9

Aproveitando a oportunidade dessa reflexão, completamos a análise sobre o índice  de miséria com os dados disponíveis para o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH. A figura a seguir mostra os valores de IDH no mundo em 2010. Nota-se que no caso do Brasil, mesmo considerando-se a complexidade regional do País, com uma grande população e uma gigante extensão territorial, o País situa-se dentre os países com elevado IDH. O nosso problema, no entanto, ainda é a desigualdade desse índice internamente ao País quando olhada a realidade de cada região ou município. Os máximos índices são de grande parte dos países que apresentam as maiores esperanças de vida, isto é, EUA, Europa, Coréia do Sul, Japão, Austrália e Nova Zelândia. É interessante notar a relação geográfica desses países, que possuem clima mais frio e estão situados em elevadas latitudes. Resta a nosso País jogar por terra essa característica e mostrar que um país essencialmente tropical pode alcançar IDH´s comparáveis a qualquer país do primeiro mundo.


Com relação às condições de acesso da população brasileira ao saneamento básico, os quadros do IBGE mostram que há muito a avançar na busca de oferecimento desses serviços à população rural do Brasil. Há um profundo desequilíbrio entre esses serviços oferecidos para o ambiente urbano e rural. A nosso ver, o equacionamento dessa questão, dentre outras políticas, como as de manutenção de renda e de oportunidades aos jovens, deve ser priorizado. Levar bem estar e condições dignas de vida à população rural é fundamental para a manutenção da fixação do homem do campo, evitando-se dessa forma o exôdo para os grandes centros urbanos, o que, na medida que ocorre, traz consigo uma problemática totalmente indesejável ao ambiente social e ao país.



A respeito da oferta de água potável, um dos indicadores de qualidade de vida e de saúde da população, a situação é a mesma como anteriormente mostrado. A população rural é altamente preterida quando comparada à população urbana, o que evidencia a necessidade da implementação de políticas específicas voltadas ao equilíbrio entre as populações urbana e rural, no que tange ao acesso à água potável de qualidade, o que, certamente, deverá se traduzir em um aumento do IDH-M da população rural e, por extensão, o IDH de todo o País. 



Acerca do fornecimento de energia elétrica, o desequilíbrio entre a oferta às populações rural e urbana são menores. Esse fato pode ser explicado pelos programas extensivos de eletrificação rural implantados no País nos últimos anos, como por exemplo o Programa Luz para Todos.



Os dados do censo 2010 divulgados pelo IBGE, ainda de forma preliminar, mostram significativos avanços em quase todos os índices de valoração sócio-econômica da Sociedade. No entanto, o caminho é longo na busca da igualdade. Da diminuição dos desequilíbrios sociais e da busca da “riqueza” em prol do benefício de todos os brasileiros.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O Jogo de Palavras e a Desinformação na Anunciada Morte de Bin Laden


A guerra de palavras entre o Paquistão e os EUA, na sequência da anunciada morte de Osama Bin Laden tem se intensificado com altos funcionários de ambos os lados soltando farpas, numa demonstração de desconfiança mútua. Além do fato da Casa Branca inverter a sua posição inicial sobre elementos essenciais da invasão.

Em Islamabad, o ministério do Exterior do Paquistão emitiu uma declaração condenando duramente o ataque à casa de Bin Laden como uma "ação unilateral não autorizada", e advertiu que isso não seria tolerado no futuro. 

A nosso ver essa declaração é puro jogo de palavras. O Governo paquistanês depende dos EUA e sabe disso. Então, essa declaração é só retórica.

Em Washington, o chefe da CIA, Leon Panetta, disse que o Paquistão não foi informado do assalto em Abbottabad, uma cidade com forte presente militar paquistanesa, porque os americanos temiam que o líder da Al-Qaeda pudesse ser avisado, ou seja, a CIA admite que o Paquistão, um aliado dos EUA na Ásia, não foi informado da ação americana e, acima de tudo, de forma velada, coloca sob suspeição a confiabilidade depositada nos paquistaneses quando o assunto é mais crítico.

"Foi decidido que qualquer esforço para trabalhar com os paquistaneses poderia comprometer a missão. Eles podiam alertar o alvo".

Enquanto isso, a versão inicial americana de que ao morrer Bin Laden estaria armado e teria se escondido atrás de sua esposa se mostrou falsa. Bin Laden estaria desarmado quando foi alvejado. Parece que a lógica do velho oeste imperou mais uma vez. Atire primeiro e pergunte depois.

A medida que o tempo passa, o ceticismo aumenta com relação à morte de Bin Laden. Os EUA alegam que um exame de DNA comprovou que tratava-se realmente de Bin Laden o homem morto no ataque. No entando, nenhuma foto ou outra evidência mais tangível foi ainda apresentada. 

Na falta de fatos que realmente não deixem dúvidas sobre o morte do terrorista mais procurado do planeta, O movimento Talibã negou que Bin Laden tenha sido morto.

Passado o primeiro momento, o Paquistão está sob forte questionamento de como Bin Laden teria fixado residência em uma região com forte aparato militar paquistanês sem que a sua presença fosse notada. A imprensa até noticiou que os EUA estudam cortar a ajuda financeira que dão ao Paquistão, algo em torno de US$ 1,3 bilhão por ano, caso seja comprovado algum envolvido de autoridades paquistanesas na permanência de Bin Laden no País. No entanto, mais uma vez, achamos que essa possibilidade é muito remota, uma vez que é evidente a importãncia estratégica para os EUA do papel desempenhado pelo Paquistão na contenção das mílicias islâmicas insurgentes na região. Sem a ajuda americana, com todo o seu aparato militar-tecnológico e financeiro, corre-se o risco de, em algum momento, o poder paquistanês mudar de mãos e potencialmente desestabilizar a região, considerando-se o fato de ser o Paquistão uma potência nuclear, estar em estado de beligerãncia não declarada com a ìndia por causa do letígio acerca da região da Caximira e, ainda, ser vizinho da China. O gigante que ameaça a hegemonia americana, em todos os campos, a cada dia.

Enquanto isso, quem está faturando alto é o presidente Barak Obama. A um anos das próximas eleições presidenciais americanas, a sua popularidade, com a anunciada morte de Bin Laden, já lhe rendeu 9 pontos nos índices de aprovação de seu governo.

Com relação à imagem americana perante o mundo, a primeira impressão positiva agora é ameaçada com a noticia de que a CIA teria torturado presos em Guantanamo (Cuba) na busca de informações sobre Bin Laden. Uma clara demonstração que os fins justificam os meios, não importando que seja a respeito dos direitos humanos a que todo cidadão, prisioneiro ou não, tem direito.

O Jogo de Palavras e a Desinformação na Anunciada Morte de Bin Laden


A guerra de palavras entre o Paquistão e os EUA, na sequência da anunciada morte de Osama Bin Laden tem se intensificado com altos funcionários de ambos os lados soltando farpas, numa demonstração de desconfiança mútua. Além do fato da Casa Branca inverter a sua posição inicial sobre elementos essenciais da invasão.

Em Islamabad, o ministério do Exterior do Paquistão emitiu uma declaração condenando duramente o ataque à casa de Bin Laden como uma "ação unilateral não autorizada", e advertiu que isso não seria tolerado no futuro. 

A nosso ver essa declaração é puro jogo de palavras. O Governo paquistanês depende dos EUA e sabe disso. Então, essa declaração é só retórica.

Em Washington, o chefe da CIA, Leon Panetta, disse que o Paquistão não foi informado do assalto em Abbottabad, uma cidade com forte presente militar paquistanesa, porque os americanos temiam que o líder da Al-Qaeda pudesse ser avisado, ou seja, a CIA admite que o Paquistão, um aliado dos EUA na Ásia, não foi informado da ação americana e, acima de tudo, de forma velada, coloca sob suspeição a confiabilidade depositada nos paquistaneses quando o assunto é mais crítico.

"Foi decidido que qualquer esforço para trabalhar com os paquistaneses poderia comprometer a missão. Eles podiam alertar o alvo".

Enquanto isso, a versão inicial americana de que ao morrer Bin Laden estaria armado e teria se escondido atrás de sua esposa se mostrou falsa. Bin Laden estaria desarmado quando foi alvejado. Parece que a lógica do velho oeste imperou mais uma vez. Atire primeiro e pergunte depois.

A medida que o tempo passa, o ceticismo aumenta com relação à morte de Bin Laden. Os EUA alegam que um exame de DNA comprovou que tratava-se realmente de Bin Laden o homem morto no ataque. No entando, nenhuma foto ou outra evidência mais tangível foi ainda apresentada. 

Na falta de fatos que realmente não deixem dúvidas sobre o morte do terrorista mais procurado do planeta, O movimento Talibã negou que Bin Laden tenha sido morto.

Passado o primeiro momento, o Paquistão está sob forte questionamento de como Bin Laden teria fixado residência em uma região com forte aparato militar paquistanês sem que a sua presença fosse notada. A imprensa até noticiou que os EUA estudam cortar a ajuda financeira que dão ao Paquistão, algo em torno de US$ 1,3 bilhão por ano, caso seja comprovado algum envolvido de autoridades paquistanesas na permanência de Bin Laden no País. No entanto, mais uma vez, achamos que essa possibilidade é muito remota, uma vez que é evidente a importãncia estratégica para os EUA do papel desempenhado pelo Paquistão na contenção das mílicias islâmicas insurgentes na região. Sem a ajuda americana, com todo o seu aparato militar-tecnológico e financeiro, corre-se o risco de, em algum momento, o poder paquistanês mudar de mãos e potencialmente desestabilizar a região, considerando-se o fato de ser o Paquistão uma potência nuclear, estar em estado de beligerãncia não declarada com a ìndia por causa do letígio acerca da região da Caximira e, ainda, ser vizinho da China. O gigante que ameaça a hegemonia americana, em todos os campos, a cada dia.

Enquanto isso, quem está faturando alto é o presidente Barak Obama. A um anos das próximas eleições presidenciais americanas, a sua popularidade, com a anunciada morte de Bin Laden, já lhe rendeu 9 pontos nos índices de aprovação de seu governo.

Com relação à imagem americana perante o mundo, a primeira impressão positiva agora é ameaçada com a noticia de que a CIA teria torturado presos em Guantanamo (Cuba) na busca de informações sobre Bin Laden. Uma clara demonstração que os fins justificam os meios, não importando que seja a respeito dos direitos humanos a que todo cidadão, prisioneiro ou não, tem direito.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Ciência em Foco : MCT institui Comissão para Acompanhamento da Ciência no País


O Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem a frente como ministro o senador do PT (fora de exercício) Aloizio Mercadante, criou no dia 28/04/2011 a Comissão do Futuro da Ciência Brasileira (CFCB), estabelecida por meio da Portaria Nº 236, e que tem a incumbência de discutir o futuro da ciência brasileira, tem por objetivos, dentre outros, recomendar ao MCT e ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia - CCT, planos, metas e prioridades de médio e longo prazos, para as áreas estratégicas visando o avanço da ciência brasileira, recomendar ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia estratégia de médio e longo prazos para o Brasil avançar nas áreas de fronteira do conhecimento, fazer diagnósticos relacionados aos processos, mecanismos de fomento, estrutura dos institutos e órgãos de produção científica, além de poder opinar sobre propostas e programas que possam elevar a capacidade científica brasileira na próxima década.

A portaria prevê uma composição de 24 membros da comunidade científica nacional e internacional e fica instituída pelo prazo de dois anos.


- Miguel Nicolelis, neurocientista da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (Presidente da Comissão),

- Alan Rudolph, biólogo da Fundação de Neurociência Internacional, dos Estados Unidos,

- Alexander Triebnigg, médico, presidente da Novartis,

- Conceição Lemes, jornalista,

- Débora Calheiros, pesquisadora da Embrapa,

- Jon H. Kaas, neurocientista da Universidade Vanderbilt e da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos,

- Luiz A. Baccalá, engenheiro da Escola Politécnica da USP,

- Luiz Belluzzo, economista da Unicamp,

- Mariano Sigman, neurocientista da Universidade de Buenos Aires, Argentina,

- Marilena Chauí, filósofa da USP,

- Mariluce Moura, jornalista da FAPESP,

- Mauro Copelli, físico da UFPE, Brasil,

- Patrick Aebischer, neurocientista da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça,

- Ricardo Abramovay, cientista político da FEA-USP,

- Robert Bishop, cientista computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, dos Estados Unidos,

- Ronald Cicurel, matemático e filósofo da Suíça,

- Selma Jeronimo, médica-pesquisadora da UFRN,

- Stevens Rehens, biólogo da UFRJ,

- Thereza Brino, educadora em tecnologia da informação,

- Victor Nussenzweig, médico da Universidade de Nova York,

- William Feiereisen, cientista computacional da Intel, nos Estados Unidos.

O texto completo da Portaria Ministerial é mostrado a seguir. No entanto, como reflexão, um dos desafios de futuro será o de cada vez mais traduzir, na prática, os avanços científicos em serviços e tecnologias à disposição da Sociedade, como principal fonte impulsionadora do progresso do País. Isso somente será possível priorizando cada vez mais os esforços e investimentos em C&T&I, além de uma atenção especial ao limitado e decrescente quantitativo de pessoal que atua nos Institutos de tecnologia, seja oficiais ou privados, que terão a função de traduzir esse esforço científico em inovação. É um desafio e tanto a ser vencido nos proximos anos. Mas as ações do Ministro Mercadante apontam na direção de que o salto do País rumo à "riqueza" somente se dará tendo como um dos principais vetores os investimentos em C&T&I, como fizeram, com êxito, países como a Coréia do Sul.

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